O professor Gonzalo Vecina Netoda, da Faculdade de Saúde Pública da USP, avalia que uma ideia mais rápida é incentivar os Estados a montar redes regionais de assistência à Saúde. Confira abaixo:
A redução das ocorrências de infecção hospitalar influencia diretamente a vida dos pacientes e os custos das unidades, afirma o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o projeto tem o objetivo de salvar 8,5 mil vidas nas UTIs dos hospitais públicos e também reduzir os gastos das internações em até R$ 1,2 bilhão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (Iras) são os eventos adversos que mais matam nos serviços de saúde no mundo.
Assumindo o novo presidente, quais medidas concretas poderiam ser as primeiras tomadas para começar a solucionar os problemas da saúde?
O financiamento é crítico, mas depende de repensar a emenda constitucional 95 (de 2016, que estabeleceu o teto de gastos no País), e essa é uma discussão que vai demorar uns seis meses, mas terá de ser retomada entre o Legislativo e o Executivo para ver como será resolvida a questão dos gastos públicos. Uma coisa mais rápida é incentivar os Estados a montar redes regionais de assistência. Não faz sentido continuar com a municipalização autárquica. Outra coisa é incentivar a utilização de tecnologia de informação, fazer com que o big data se transforme em realidade dentro da assistência à saúde.
Muito se falou da integração entre o privado e público durante o evento. Qual é o caminho?
Uma discussão é sobre a substituição da gestão de instituições públicas estatais pelo setor privado, como por organizações sociais e parcerias público-privadas.