O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, descartou a possibilidade de o governo federal repassar novos recursos para Roraima, como pleiteia a governadora, Suely Campos (PP), que quer mais R$ 184 milhões para ressarcir o estado dos gastos com os venezuelanos. "O governo federal já destinou R$ 187 milhões, só na área de saúde, para o governo de Roraima e para os municípios de Roraima e, destes R$ 187 milhões, ainda existe um saldo de quase R$ 70 milhões não usados", declarou o ministro.
Etchegoyen informou que o Planalto recebeu a nova pauta de pedidos da governadora e disse que eles estão sendo analisados. Mas sinalizou que não há previsão de atendimento de nenhuma das reivindicações.
Em relação ao fechamento da fronteira com a Venezuela, o ministro voltou a afirmar que "não há nenhuma perspectiva" disso acontecer. "Ao contrário, ao Advocacia-Geral da União está respondendo a pretensão de Roraima no Supremo Tribunal Federal com uma negativa, para que não se feche a fronteira", prosseguiu o general Etchegoyen, reconhecendo, no entanto, que existem estudos em relação a este pedido que foi apresentado não só pela governadora, como pelo seu adversário na política local, o senador Romero Jucá (MDB-RR), líder do governo no Senado.
Na entrevista concedida ao final de mais uma reunião de avaliação e discussão sobre providências para minimizar a questão da entrada de venezuelanos em Roraima, com a participação do presidente Michel Temer e ministros ou representantes de sete pastas, o ministro do GSI evitou admitir que os problemas no estado estão sendo agravados pela momento político-eleitoral. "Eu prefiro que nos concentremos nos problemas que temos a resolver: a monumental crise humanitária criada pelas decisões do governo venezuelano e a necessidade prioritária de garantir bem-estar e segurança dos brasileiros em Roraima ou qualquer lugar. E, se por trás disso, o pano de fundo é uma questão eleitoral, isso não está na nossa equação. Nós temos de resolver o problema tecnicamente. Por isso foi uma comissão técnica pra Roraima, para tratar o tema tecnicamente", declarou.
A governadora Suely Campos, que está em uma queda de braço com o governo federal, principalmente por conta das disputas políticas locais, encaminhou ao Planalto outra lista com novos pedidos.
Depois de salientar que o Ministério da Segurança Pública está analisando os pedidos da governadora, Etchegoyen voltou a rebater o pleito por mais verbas para Roraima. "O governo federal já colocou muito dinheiro lá e ainda tem dinheiro disponível para o governo de Roraima. Portanto, não há porque fazer isso agora, pois muitos recursos têm sido postos em atendimento aos venezuelanos", disse o ministro. Nesta quinta-feira, o ministro Raul Jungmann estará em Pacaraima para verificar a situação do estado, mais uma vez.
Etchegoyen rejeitou ainda o pedido de montagem de um novo hospital de campanha no estado, outro pedido da nova lista da governadora.
Para o ministro, a situação no estado já está "mais distensionada", "voltando à normalidade", depois do clima de tensão do fim de semana, em Pacaraima, depois de a população local se revoltar, após o assalto a um comerciante e sua família. Em relação às investigações deste episódio, Etchegoyen citou que o processo está com a Justiça local, o Ministério Público e Polícia Federal..