Nurelvis Joselin, venezuelana de 39 anos, se mudou para o Brasil, mas o emprego continua o mesmo. Enfermeira, ela agora cuida da saúde dos conterrâneos, que migraram para Boa Vista. "É difícil ver as pessoas passando fome, sem perspectiva", afirma.
Ela é uma dos 50 profissionais venezuelanos - entre médicos, paramédicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, socorristas e educadores de saúde - recrutados pela prefeitura para atuar voluntariamente nos nove abrigos que recebem imigrantes. "Buscamos e formamos voluntários que falam a mesma língua e mantêm um vínculo maior dentro da comunidade de migrantes", explica a prefeita, Teresa Surita (MDB).
Além de Nurelvis, o abrigo Nova Canaã tem duas paramédicas, uma enfermeira, um maqueiro e duas técnicas de enfermagem. "O que posso fazer hoje é ajudar as pessoas por meio da minha profissão", diz ela. "Não tenho dinheiro, mas um abraço e uma palavra de conforto estarão sempre comigo."
Segundo Teresa, esse projeto subsidia a prefeitura com informações sobre o perfil epidemiológico de cada abrigo.
Atendimento
De janeiro a junho, ainda conforme o município, foram atendidos mais venezuelanos do que brasileiros nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. São 84 mil pacientes, ante 78 mil do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..