São Paulo, 29 - Professores de escolas da rede particular de ensino em São Paulo realizam nesta terça-feira, 29, nova paralisação das atividades, em combate à revisão de direitos presentes na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, proposta pelo sindicato patronal. A negociação entre patrões e professores já dura cinco meses e, por falta de acordo entre as partes, irá a julgamento pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP), ainda sem data definida.
O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) relata que, até as 12h38 desta terça-feira, 102 escolas aderiram à mobilização no Estado. Na quarta-feira passada (23), na primeira paralisação da categoria, o número de escolas sem atividades foi de 37. A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado ainda não foi afastada.
A proposta da entidade que representa os patrões, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), e que gerou a reação dos professores, sugere a alteração de cerca de 40% das 64 cláusulas da CCT vigente. Os principais pontos de conflito são: a proposta de redução do tempo de recesso remunerado dos professores no fim do ano (de 30 para 23 dias); corte do número de bolsas de estudo para os filhos dos professores (de duas para uma); fim das férias coletivas entre junho e julho; possibilidade de redução de salários por acordo, entre outros.
O Sieeesp, em comunicado oficial, aponta que a campanha do Sinpro-SP conta com baixa adesão de professores e tem, como objetivo real, combater os efeitos da reforma trabalhista. "Os professores e auxiliares, em sua maioria, entenderam que, mais que em defesa da categoria, a briga do Sindicato Profissional é contra a reforma trabalhista. Como se sabe, essa reforma acabou com o Imposto Sindical, a principal, se não a única, fonte de recursos dos Sindicatos", argumenta o documento, assinado pelo presidente da entidade, Benjamin Ribeiro da Silva.
Para o representante das escolas, já não é possível manter tais direitos, após alterações nas regras de ensino. "A Escola Pa rticular não ficou imune às mudanças, como a dos dias letivos, que passaram de 180 para 200 por ano.
O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado,entrou em contato com o Sinpro-SP, mas não obteve resposta até o momento.
(Caio Rinaldi).