São Paulo, 19 - A reforma do Largo do Arouche, no centro de São Paulo, já tem prazo para começar: está prevista para a segunda quinzena de junho, com entrega prometida para 2019. A previsão é reconstruir o Mercado das Flores e instalar quatro novos quiosques no local.
A reforma foi aprovada há dois meses no Condephaat, órgão estadual de patrimônio. A Prefeitura não informou o valor da obra. A pedido do ex-prefeito João Doria (PSDB), 25 empresários franceses doaram R$ 2,3 milhões para a obra, segundo a Câmara do Comércio França-Brasil. Em 2017, Doria convocou a comunidade francesa a dar um presente para a cidade de e propôs requalificar o Arouche. Ele defendia a ideia de transformar o espaço em um promenade (passeio, em francês).
O aval do Condephaat ao projeto não foi unânime. O tombamento do Largo está sob análise do órgão - a área já é preservada em nível municipal pelo Conpresp. Entre os conselheiros, houve quem pedisse a manutenção da integridade do espaço até o Condephaat decidir se aprova ou não o tombamento.
Doado pelo escritório de arquitetura francês Triptyque, o projeto prevê demolir e reconstruir o Mercado das Flores, inaugurado em 1953.
Já os quatro novos quiosques vão abrigar a administração do Largo com uma horta comunitária anexa; o centro de atendimento social, psicológico e jurídico para o público LGBT; a base da Polícia Militar; e o banheiro público aberto 24 horas.
O projeto também prevê ampliar o espaço público para além dos limites do Largo. Isso porque a
obra vai nivelar o piso do local até a calçada que abriga o restaurante francês La Casserole e a Academia Paulista de Letras. O nivelamento do piso com a rua é um convite à redução de velocidade dos veículos.
Segundo Bousquet, a proposta segue o modelo traffic calming, semelhante ao que já existe na Rua Avanhandava e na Praça do Patriarca. O carro não se sente à vontade. Não é território dele.
Expectativas.
Hoje há três lojas no mercado. Vendedor há 25 anos, Edson Rosendo, de 44, acredita que a nova cara do Largo atraia um público diário de compradores. A maioria das vendas, diz, passou a ser feita virtualmente ou por telefone. Há mais ou menos cinco anos perdemos um público que chegava a pé ou de carro para vir comprar. Tínhamos clientes dos Jardins e de Higienópolis que não vêm mais, diz. Não adianta só virar um ponto chique se o público também não mudar. Além de reformar, precisa ter divulgação.
Moradores esperam que, com a mudança, crianças e cachorros tenham mais espaço do que usuários de drogas.
Para a confeiteira Juliana Dirani, de 28 anos, moradora da região, é importante que a base da PM seja fixa, como previsto no projeto. Fora da vista deles, já não é tão seguro ficar no Largo. Sempre ouvimos falar de roubo de bicicleta ou furto de celular. Ela relata que, nos fins de semana, o clima de insegurança é ainda maior por causa das festas. Eles vêm para cá com caixas de som e o fim de semana é uma balada LGBT, diz.
Dono do La Casserole, instalado no Arouche desde 1954, Leo Henry acredita que o projeto é moderno e inclusivo, respeitando todas as facetas do Largo. Acompanhamos desde o início, conta. A última reforma no local foi em 2013, com restauração do calçamento, pintura e novo gramado. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo
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(Juliana Diógenes).