Cerca de 850 imigrantes venezuelanos que estavam acampados na Praça Simon Bolívar foram transferidos para dois abrigos provisórios, neste domingo, 6, em Boa Vista, capital de Roraima. A operação mobilizou os 215 militares do Exército e 85 civis que integram a Força Tarefa Humanitária, além de agentes públicos municipais. As pessoas foram cadastradas, vacinadas e levadas para os abrigos de Santa Tereza, no bairro do mesmo nome, e Latife Salomão, no bairro Mecejana.
Conforme o militar, a ação objetiva melhorar o atendimento aos venezuelanos que deixaram seu país em condições de miserabilidade, fugindo da fome e da falta de emprego. No local, segundo ele, as famílias estavam expostas à chuva e sem condições de higiene, pois faltavam banheiros e torneiras com água. Em Roraima, já teve início o período mais chuvoso do ano.
Há sete meses, a Simon Bolívar, na zona oeste da cidade, foi ocupada por venezuelanos e se transformou num grande acampamento, mas sem estrutura. A prefeitura chegou a cercar o local com tapumes, no fim de março, alegando que a praça seria reformada, mas parte da cerca foi derrubada. Neste domingo, após a saída dos venezuelanos, os tapumes retirados foram recolocados. A prefeitura deve iniciar as reformas do local nesta segunda-feira, 7.
Segundo o Ministério da Defesa, já são mais de 2 mil venezuelanos abrigados em abrigos permanentes na capital da Roraima. Os abrigos do Jardim Floresta, São Vicente, Pintolândia e Tancredo Neves estão lotados. Além dos venezuelanos que estavam na praça Simon Bolívar, há um contingente espalhado pelas ruas da cidade, que não tem estrutura para abrigar a todos.
Por essa razão, parte dos imigrantes está sendo transferida para outras regiões do País. Ao menos 490 venezuelanos foram encaminhados para São Paulo, Manaus e Cuiabá. O problema é que o fluxo de migração para o Brasil continua. Entre 400 e 500 venezuelanos cruzam a fronteira todos os dias com destino a Boa Vista. A prefeitura estima que 40 mil estejam vivendo na capital desde que o êxodo venezuelano começou, em 2015. Moradores locais reclamam da presença dos imigrantes e cobram uma ação do governo para fechar a fronteira do Estado com a Venezuela.
(José Maria Tomazela)