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Estado de Minas

Polícia investiga hipótese de contador ter sido alvo de 'Boa noite, Cinderela'


postado em 16/04/2018 19:06

O contador José Hélio Cavalleiro, de 49 anos, foi encontrado morto dentro do seu apartamento em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na tarde do último domingo, 15. Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil é se o homem foi vítima do golpe chamado de "Boa noite, Cinderela". O caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte) no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), mas será investigado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic).

A principal pista dos investigadores são filmagens do circuito de segurança do edifício, localizado na Rua Simão Álvares, onde o contador morava sozinho. As imagens mostram que ele chegou ao local acompanhado de um rapaz no fim da madrugada do sábado, 14, por volta das 5h10. O homem tinha a mesma estatura da vítima, vestia calça escura e uma blusa cinza com capuz. Por volta das 8h05, o suspeito, agora de óculos escuros e boné, deixou a residência levando uma mala de viagem e uma mochila. Os objetos pertenciam a Cavalleiro, segundo familiares informaram à Polícia Civil.

Parentes e amigos relataram aos investigadores que o contador era homossexual e "não mantinha nenhum relacionamento fixo". Segundo afirmam, Cavalleiro tinha costume de trazer rapazes para o apartamento e já havia contratado acompanhantes. Em outro episódio, chegou a ser vítima de um golpe. "Em um encontro anterior, teve celular e quantia em dinheiro furtada", diz o boletim de ocorrência.

O celular da vítima foi encontrado escondido dentro de uma caixa de uísque. Para a Polícia Civil, a informação é relevante porque sinaliza que Cavalleiro havia saído de casa, na sexta-feira, 13, "já com intenção de trazer para sua residência algum acompanhante que poderia furtar seus bens".

Na sexta à noite, ele foi a uma boate LGBT, em Pinheiros, e saiu de madrugada, por volta das 3h30, de acordo com um comprovante de pagamento que foi encontrado em cima da mesa da sala. "Conforme informações prestadas por amigos, a vítima tinha o costume de ingerir grande quantidade de bebida alcoólica, e, nesses casos, caso não houvesse encontrado companhia na boate, tinha o costume de se dirigir ao ‘Largo da Batata’, e lá contratava os acompanhantes pagos", afirma o registro.

Sem lesões. Um amigo, com quem Cavalleiro havia combinado de sair na sexta, foi procurá-lo no edifício no domingo, após não conseguir contato por telefone. O rapaz conversou com o porteiro sobre o "sumiço" do contador e os dois resolveram subir juntos ao apartamento.

Segundo contou na delegacia, a porta não estava trancada e não havia sinais de arrombamento. A testemunha relatou, no entanto, que o apartamento estava "revirado", com gavetas abertas, além de documentos e papéis espalhados por todos os lados.

Por volta das 12h15, o amigo encontrou Cavalleiro deitado de bruços na cama, já sem vida, e acionou a Polícia Militar. A vítima estava só de cueca e não apresentava lesões aparentes - apenas um pequeno sangramento pelo nariz.

Testemunhas também deram falta de objetos. No apartamento, os policiais encontraram um mouse com fiação solta sobre uma escrivaninha, além de caixas vazias. O cenário, diz a Polícia Civil, levanta a tese de que foram levados objetos de valor - o que fundamentaria o roubo seguido de morte. Para investigadores, Cavalleiro por ter sido dopado durante o golpe e não resistido à dosagem.

O laudo do Instituto Medico Legal (IML), que apontará a causa real da morte, foi solicitado pela polícia. Investigadores pediram, ainda, exames toxicológico e sexológico. Seis lâminas contendo impressões digitais foram recolhidas e passarão por análise.

(Felipe Resk)


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