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Estado de Minas

‘Não haverá nenhum aumento de impostos a curto prazo’, diz Covas


postado em 07/04/2018 09:18

São Paulo, 07 - João Doria foi eleito com um discurso de gestor, de ser diferente. O senhor é um político, que começou a carreira muito cedo, praticamente um político profissional em termos de atuação.

Como essa diferença será refletida na cidade?

É uma diferença de estilos, são pessoas diferentes. Tenho minha história, minha carreira. Ele tem a história dele. Agora, é o mesmo programa, as mesmas metas, as mesmas dificuldades a serem vencidas. O programa que foi combinado com a população durante a campanha, em 2016, são as 53 metas que foram estabelecidas no programa de metas aprovado pela Câmara Municipal. Então, a diferença de estilo não vai se traduzir em diferença de programas municipais. A população certamente vai notar em algum momento a diferença entre um e outro, mas ela não vai notar diferença na atuação e no dia a dia da Prefeitura.

Isso inclui manter mutirões nos fins de semana, essas ações que o Doria fazia?

Vamos manter as ações de zeladoria no fim de semana.

O prefeito, antes de sair, por causa de sua ações, foi alvo de duas ações em que o Ministério Público teve liminares favoráveis, com relação ao Cidade Linda e à logomarca do Acelera. Como vai ser sua atuação?

Nós temos um projeto na Câmara Municipal para permitir o nome Cidade Linda. A gente espera que a Câmara possa aprovar o projeto. Decisão judicial a gente não comenta, a gente respeita.

Mas e investir nessa ação mais midiática em cada ato?

A população tem solicitado e tem todo o direito de ter o maior tipo de transparência possível. Ele (Doria) tinha, até porque tinha condições financeiras, uma equipe muito grande (paga por conta própria) para poder fazer esse acompanhamento. A equipe aqui (da Prefeitura) é mais enxuta. Mas eu vou fazer e vou continuar com esse tipo de relacionamento com a população.

E na gestão? Até aqui, os recursos têm sido liberados a conta-gotas. Continuarão?

Do ponto de vista fiscal, a situação é a mesma. Não tem varinha de condão. A situação fiscal permanece em grande dificuldade. A gente espera, com o programa de desestatização, ter recursos para investimento na cidade de São Paulo. O orçamento já foi elaborado prevendo recursos de investimento exatamente como fruto dessa desestatização, em especial por conta da venda do Anhembi. Comemoramos ontem a aprovação em primeira votação da autorização legislativa para a elaboração do PIU (Projeto de Intervenção Urbana), para poder aumentar o potencial construtivo e o valor daquele espaço.

O prefeito fez várias viagens, alegando justamente atrair investidores. E o senhor?

A SPNegócios tem uma agenda de reuniões internacionais para apresentar o programa de desestatização. Então, vou participar de alguns encontros, não sei de todos.

A meta no Orçamento deste ano é obter R$ 1 bilhão com as desestatizações. O senhor acha que será possível cobrir?

Para o Anhembi, o secretário Wilson Poit tem recebido uma quantidade considerável de empresários interessados em adquirir aquele espaço. E você tem o programa de concessão de parques, que não tem o aporte de recursos, mas tem a liberação de verba que iria para manutenção. Acho que a gente pode chegar a um valor muito próximo e talvez até ultrapassar R$ 1 bilhão.

Recentemente, houve a tentativa de reforma da Previdência, em que o governo não obteve votos necessários. Como avalia a Câmara hoje? A base está rachada? Como ficará a situação eleitoral, que parte dos partidos não dará apoio a Doria?

A base aliada não é a base do palanque do Doria nem do palanque do Alckmin, que são meus candidatos a governador e a presidente. A Prefeitura independe disso - é baseada na governabilidade e na relação com a Câmara. A decisão dos vereadores de não votar a Previdência é uma decisão que implica algumas consequências, do ponto de vista de ter de retirar mais recursos de outras áreas para poder pagar o déficit, que neste ano deve chegar a R$ 5,8 bilhões. É a escolha política que a Câmara fez, diferentemente do que era a escolha política do Executivo. Gostaria que a reforma tivesse sido aprovada, mas é decisão deles (dos vereadores), não tem nenhum problema. Respeitamos a decisão da Câmara e vamos reorganizar o dia a dia da Prefeitura com base na decisão.

O senhor cogitou a possibilidade de aumentar impostos com essa decisão da Câmara? No ano passado, a Secretaria da Fazenda tinha preparado um estudo para a revisão da Planta Genérica de Valores (que corrige o Imposto Predial e Territorial Urbano), mas praticamente congelou o IPTU…

A não aprovação da reforma da Previdência contempla três possibilidades: ampliação de tributos, maior contenção de despesas, não pagamento das aposentadorias. Hoje, dessas três alternativas, estamos trabalhando única e exclusivamente com a maior contenção de despesas. Não haverá aumento de impostos a curto prazo ou qualquer tipo de contenção de pagamentos de aposentadorias, como está fazendo por exemplo o Rio de Janeiro. É uma das possibilidade, mas não é a possibilidade com que estamos trabalhando.

O senhor é conhecido por sua habilidade nos bastidores. Os vereadores o apontam como a pessoa que distribuía cargos dentro do governo. Vai continuar a dar cargos a vereadores de partidos que são da base hoje ou que venham a ser?

A relação entre Executivo e Legislativo é uma relação republicana, aberta e transparente. Não se faz nada escondido, nada por baixo dos panos. A gente não faz nada com base em toma lá, dá cá. É uma relação daqueles que querem participar, querem se comprometer com os compromissos, com as metas assumidas por essa gestão, e participam do governo.

Mas essa distribuição de cargos não é toma lá, dá cá?

Não. A partir do momento em que os vereadores não querem mais colaborar com a implementação de um programa de governo, não tem sentido eles participarem desse governo.

Existe algum projeto que sua gestão queira propor ao Legislativo ou implementar na cidade?

Volto a dizer: a diferença de estilo, a diferença de histórico, de cada um dos dois nomes, o meu e o do Doria, não vai se refletir em uma diferença de ações da Prefeitura.

Em um caso específico, o prefeito Doria anunciou o fim da Cracolândia, depois recuou. O senhor pretende acabar com ela até o fim do mandato?

Seria um sonho de qualquer gestor a gente poder comemorar isso. Não tem como estabelecer uma meta, amanhã ou daqui a um mês.

Em outubro, o senhor foi afastado da Secretaria das Prefeituras Regionais em um contexto de críticas a falhas na zeladoria, de varrição, limpeza, tapa-buraco...

Primeiro, essas fofocas todas não condizem com a realidade. Naquela época que acabei saindo da secretaria, um dos itens mais bem avaliados pela população era a própria varrição. A situação ainda não estava perfeita, mas estava melhor do que nós encontramos (no início da gestão).

E como ficará a relação com o Tribunal de Contas do Município, que vem contestando algumas ações da atual gestão?

Acho que eles (os conselheiros) prestam um excelente trabalho e vou marcar uma visita ao tribunal (para esclarecimentos) logo na primeira semana.

O senhor vai participar ativamente das campanhas de Doria ao governo do Estado e de Geraldo Alckmin à Presidência?

Fora do horário de serviço, certamente o militante Bruno Covas, que é tucano de carteirinha, vai fazer campanha para os seus candidatos. Durante o horário de trabalho, há dedicação exclusiva à Prefeitura.

E já pensa em reeleição em 2020?

Eu penso em fazer um bom governo. Penso em um curto prazo em poder resolver os problemas da cidade de São Paulo.

E quais são os problemas mais graves da cidade?

Hoje nós temos um problema grave de mobilidade. O tempo que as pessoas perdem no trânsito é muito grande, afeta demasiadamente a qualidade de vida da população. E não posso sossegar enquanto a gente não terminar com a fila da creche na cidade de São Paulo. Acho que educação, saúde e mobilidade são claramente os principais desafios na cidade de São Paulo. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo

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(Bruno Ribeiro e Fabio Leite)


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