São Paulo, 27 - Ao se entregar à polícia nesta terça-feira, 26, o empresário Mateo Petriccione, de 35 anos, disse que bebeu muito uísque e não se lembra de efetuar os disparos contra o irmão, Marcelo Petriccione, 49. O crime ocorreu na noite de sábado, 23, durante confraternização de fim de ano da concessionária de carros da família no bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo.
O autor se apresentou no 13º Distrito Policial (Casa Verde) acompanhado do advogado e teve a prisão temporária decretada. Mateo Petriccione foi encaminhado nesta terça à carceragem do 77º DP (Santa Cecília), onde ficará por cinco dias.
Segundo o delegado titular do 13º DP, Márcio Martins Mathias, o autor se diz arrependido. "(Mateo) só se lembrava de ter entrado em luta corporal com o irmão e uma discussão acalorada", explica o delegado. "Ele até certo ponto lembra. Lembra de o irmão (Marcelo) estar agarrando, em cima dele, dizendo que ele (Mateo) iria se tornar um homem".
Os dois estariam sob efeito de álcool. "Eles estavam atracados. Depois, pessoas os separaram e o Marcelo teria dito para o Mateo.
Após a luta corporal entre os irmãos, Mateo foi buscar um révolver calibre 38 que estava guardado na mochila em outro local da empresa. A arma seria do pai dos irmãos, que será intimado a depor. A polícia investiga a documentação do artifício para checar se a posse era legal.
Mateo alegou que o revólver foi colocado na bolsa para "defesa própria". À polícia, o autor negou ser usuário de drogas e também disse que não estava sob efeito de entorpecentes no momento do crime.
"Ele se recorda da briga, do momento que pegou a arma na bolsa, mas alega que não lembrava de mais nenhum fato", explicou o delegado. Segundo ele, testemunhas confirmaram a versão de Mateo e não relataram histórico de briga entre os dois.
Os três disparos atingiram a cabeça, o tórax e a perna de Marcelo. O autor fugiu a pé e teria ido a um hotel.
"Imagens (de câmeras de segurança) vão apenas corroborar aquilo que várias testemunhas já confirmaram para nós, pois os depoimentos testemunhais que temos são testemunhas diretas, que estavam no momento e presenciaram todo o fato", afirma. Ainda de acordo com o delegado, não há suspeita de problemas no negócio da família.
"(Mateo se disse) totalmente arrependido. Alegou que se dava muito bem com o irmão. Tinham uma postura muito amiga, familiar mesmo, e aquilo foi infelizmente uma fatalidade", afirmou o delegado.
O delegado não descarta solicitar a prisão preventiva do acusado. Segundo Mathias, ainda falta ouvir duas testemunhas, além do pai dos irmãos.
A concessionária A.M.Marcelo pertence aos dois e é especializada em carros de luxo. Marcelo, que deixa mulher e filhos, foi campeão nacional de kart em 1999 e 2000 em duas categorias. Nas redes sociais, parentes e amigos lamentaram a morte.
(Juliana Diógenes).