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Estado de Minas

Emocionados, amigos relembram a lealdade de Evaristo de Oliveira

Vice-presidente executivo do Correio faleceu na quarta-feira, aos 72 anos


postado em 23/11/2017 10:35

A lealdade do vice-presidente executivo do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira sempre estará presente na lembrança de quem conviveu com ele. Amigo de Evaristo há mais de 50 anos, o superintendente de Logística do jornal, Possidônio Meireles, conta que tem mais tempo de convivência com ele do que com a própria família. Os conterrâneos estudaram juntos em Luziânia e dedicaram a vida à mesma empresa. Por isso, Possidônio estava extremamente emocionado ontem. “Somos amigos desde os 15 anos. Tínhamos uma relação de muita confiança”, conta. “Estive no hospital quando ele se recuperava de um problema no coração e ele abriu a porta para mim. Estava muito animado, mas, nos últimos dias, se queixou um pouco da saúde. Mas não parou de trabalhar. Ele amava o Correio”, disse Possidônio.

Homenagem

Em 2015, quando completou cinco décadas de atuação no Correio, o pioneiro recebeu uma grande homenagem. À época, ele contou em entrevistas como tudo começou. “Lembro o meu primeiro dia de trabalho. Eu vivi toda a história do jornal paralelamente à história de Brasília. Sou muito grato por tudo que conquistei aqui dentro. O que aconteceu em minha vida ao longo de todos esses anos foi consequência da dedicação, empenho e compromisso que sempre tive”, afirmou Evaristo há dois anos. Ele também era presidente da Fundação Assis Chateaubriand.

A trajetória dentro da empresa foi rápida. De datilógrafo, ele passou a coordenador, chefe, gerente financeiro e diretor. Em 1992, foi eleito para o Condomínio dos Diários Associados e, em 2003, chegou à Secretaria-Geral do grupo. Seis anos depois, Evaristo foi eleito presidente da Comissão Executiva e vice-presidente da Comissão Plenária do Condomínio Acionário dos Diários Associados.

Condômino do grupo e amigo de Evaristo, Maurício Dinepi o conheceu em 1975, logo que chegou a Brasília. “Ficamos amigos à primeira vista. Evaristo era sempre parceiro, confidente, aconselhador e ouvinte para todas as reclamações e lamúrias daqueles que o procuravam”, relembra. “Em 42 anos de convivência próxima, nunca ouvi dito por ele qualquer palavrão. Nem aqueles pequeninos e inocentes, que usamos como vírgula”, conta Dinepi, reforçando o porquê do apelido de “o lorde.” “Viajamos juntos com as famílias em férias por algumas vezes. Nunca tivemos nenhuma rusga, nem profissionalmente. Aliás, acho que ele também não teve com ninguém. Costumava dizer que confiava mais nele do que em mim.”

Convivência amena

Muito emocionado, o também condômino e amigo Joezil Barros destaca outras qualidades de Evaristo, além da gentileza. “Ele sempre transmitiu para todos nós a figura do homem sereno, equilibrado, com pleno conhecimento de todos os assuntos do grupo. Um elemento que sempre agregou. Tinha com todos uma convivência amena e agradável”, lembra Joezil, que passou a fazer parte do condomínio dos Diários Associados na mesma data que Evaristo de Oliveira. “Ele era o lorde porque jamais se exasperou, tinha sempre as palavras mais amistosas, era um conciliador”, acrescenta.

Amigo há mais de 50 anos, Robson José Dias, também condômino dos Diários Associados, revela um segredo que ajuda em explicar a elegância de Evaristo. “Ele me contou uma vez que trabalhou como alfaiate, ainda em Luziânia aprendeu o ofício. Talvez por isso andasse sempre tão bem-vestido e de forma tão elegante”, conta Dias. “Foi um grande amigo, que deixou lições de ética e de honestidade. Jamais ouvi dele um palavrão, era muito dedicado à família e levava o trabalho com muita dedicação. Era um dos líderes do grupo e fará muita falta certamente”, conta Robson José Dias.

A colunista do Correio Liana Sabo, amiga de Evaristo de Oliveira, começou a trabalhar na empresa apenas dois anos depois do amigo. “Embora eu trabalhasse na redação e ele na administração, a gente sempre foi muito próximo. Sempre tive muita dificuldade com números e quem fazia a minha declaração do Imposto de Renda era o Evaristo. Até que um dia, fui procurá-lo, falei com a secretária e me dei conta de que ele tinha se tornado um dos diretores do jornal”, conta. “Ele chegou ao ponto mais alto da empresa sem que a gente percebesse. Porque sempre se comportou do mesmo modo. Nunca perdeu a afabilidade, a atenção e o interesse pelas pessoas. O que ele ganhou com o cargo foi uma enorme responsabilidade. Mas o acesso a ele sempre foi aberto. Ninguém nunca deixou de falar com ele”, acrescenta a colunista. “Por ser goiano, nascido no Entorno, sempre viveu Brasília, sempre teve os pés plantados na cidade.”
 
Vida pessoal
» Nascido em Luziânia (GO), em 26 de outubro de 1945

» Casado havia 40 anos com Regina Célia David de Oliveira

» Pai de Gabriela, 39 anos, e Guilherme, 36 anos

» Avô de Bernardo David, Gabriel David, Calvin Macpherson e Sofia Felicity Macpherson


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