(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Forças Armadas fazem cerco à Rocinha. Veja vídeo

Eles chegaram por volta das 16h e tentam por fim aos confrontos entre traficantes pela disputa do comando do tráfico


postado em 22/09/2017 18:02 / atualizado em 22/09/2017 19:28


O primeiro contingente de homens da Forças Armadas que farão um cerco à Rocinha chegou exatamente às 16h10 na comunidade, na Zona Sul do Rio. Cerca de 150 soldados do Exército e da Aeronáutica entraram na parte baixa da comunidade junto ao túnel Zuzu Angel.

Ver galeria . 3 Fotos Ministro da Defesa autorizou reforço de 950 militares na RocinhaAgência Brasil
Ministro da Defesa autorizou reforço de 950 militares na Rocinha (foto: Agência Brasil )

Eles foram acompanhados por policiais militares e alguns grupos se espalharam pelas principais ruas da localidade, no interior da favela. A missão principal das Forças Armadas é fazer um cerco à Rocinha para apoiar as operações das polícias civil e militar.

A comunidade da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, é alvo de operações diárias da Polícia Militar desde o último domingo, quando houve confrontos entre grupos criminosos rivais pelo controle de pontos de venda da comunidade.

Na manhã de hoje, houve um tiroteio intenso entre policiais e criminosos, que provocou o fechamento da Auto-Estrada Lagoa-Barra, que liga o bairro de São Conrado à Gávea. Cinco escolas e três unidades de educação infantil da prefeitura fecharam as portas, deixando quase 2.500 alunos sem aulas.

Intenso tiroteio


A Rocinha viveu um intenso tiroteio desde a manhã desta sexta-feira, 22. Desde às 5 horas, a Polícia Militar realiza uma grande operação na Rocinha, em busca do chefe do tráfico da região, Rogério Avelino, o Rogério 157. Por volta das 8 horas, um grupo de menores incendiou um ônibus na subida da Avenida Niemeyer, em São Conrado, segundo a Polícia Militar. As chamas foram controladas sem ser necessário o acionamento do Corpo de Bombeiros para o local.

Por volta das 9h30, criminosos atacaram a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rua 2. Houve confronto, e um morador foi ferido e socorrido ao Hospital Miguel Couto. Os criminosos deram tiros a partir da área de mata acima do Túnel Zuzu Angel. Seus alvos eram as guarnições policiais que realizavam o cerco à comunidade. Os criminosos chegaram a jogar uma bomba contra policiais da UPP e do 23º Batalhão (Leblon). O artefato não explodiu, e o Esquadrão Anti-bombas da Polícia Civil foi acionado para o local.

Houve confrontos com os criminosos na área de mata. Há policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na região. Todos os acessos da favela estão cercados pela polícia. Um veículo blindado dá apoio aos policiais. Por volta das 10 horas, a Estrada Lagoa-Barra foi interditada, em ambos os sentidos, assim como o túnel Rafael Mascarenhas.

Policiais do 23ºBPM (Leblon) reforçaram o policiamento nos arredores de São Conrado em função de devido a informações do setor de inteligência e do Disque Denúncia informando que menores teriam sido orientados por criminosos a atear fogo em ônibus. O objetivo seria a desviar atenção dos policiais do cerco da Rocinha.

Os colégios públicos e particulares que ficam na região fecharam. O Centro de Operações de trânsito avisou que "devido à operação policial, a recomendação é EVITAR a região e optar por vias de ligação entre a zona sul e a zona oeste, como o Alto da Boa Vista, a Linha Amarela ou a Estrada Grajaú-Jacarepaguá".

A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo passado, 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, os tiroteios deixaram um morto.

Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão. A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.

Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continua no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.

Na segunda-feira, 18, o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior. Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, "seria desta proporção".

Na quarta-feira, 20, o governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)