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Estado de Minas

Após balanço modesto, comandantes de megaoperação no Rio evitam cita números


postado em 05/08/2017 15:49

Rio, 05 - A megaoperação contra roubo de cargas deflagrada em comunidades do Rio na madrugada deste sábado, 5, com quase 5 mil agentes resultou em nove acusados presos, dois suspeitos mortos e três pistolas apreendidas. O balanço, modesto para o efetivo mobilizado na segunda fase da Operação O Rio Quer Segurança e Paz, denominada Onerat (carga, em latim), foi divulgada em entrevista neste sábado, 5, pelos ministros Torquato Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional).

Apesar do tom otimista, ficou evidente a frustração dos comandantes da ação, que recorreu até a carros blindados - eram 71, para o transporte de tropas.

"Os resultados são maiores do que números", disse Jardim. "Mais do que os números que foram citados aqui hoje, é a ideia de que há uma ação presente do Estado", disse. Questionado se estava satisfeito com o resultado a operação, Torquato respondeu: "Sim, até agora sim", afirmou Não se estendeu, porém, na resposta.

Etchegoyen ficou irritado quando lhe perguntaram sobre o baixo número de prisões e apreensões de armas. "Nós podemos no final da operação sentar e contabilizar uniformes rasgados, pneus gastos, material depreciado, viaturas e equipamentos e podemos chegar a conclusão de que foram milhares de dólares ou da moeda que os senhor (o repórter) achar melhor", disse.

"E se nós perguntássemos isso para a mãe de quem levou um tiro e se essa operação tivesse aprendido a arma que matou o filho dela? Não me parece que esse seja o parâmetro que tenha significado nesse momento."

Policiais e militares agiram nos Complexos do Lins e Camarista Meier e no morro de São João, no Engenho Novo, na zona norte, além do morro da Covanca, em Jacarepaguá, na zona oeste. Militares fizeram cerco nessas regiões, em pontos estratégicos, interditaram ruas e revistaram passantes e veículos.

O espaço aéreo foi restrito para aeronaves civis nessas áreas. Uma das vias interditadas, com a ajuda dos blindados, além de outros veículos, foi a Estrada Grajaú-Jacarepaguá. A via, uma das que ligam as zonas oeste e norte, foi fechada nos dois sentidos, de madrugada.

Participaram da ação 3.600 integrantes do Exército e da Marinha, 256 da Polícia Federal, 115 da Polícia Rodoviária Federal, e 570 PMs, além de policiais civis. Paraquedistas do Exército se infiltraram na mata perto de algumas comunidades, para cortar a rota de fuga de criminosos.

Os dois suspeitos foram mortos, segundo a Polícia, por resistência à prisão. Dos 40 mandados de prisão expedidos pela Justiça, quinze foram cumpridos, mas apenas seis resultaram em novas prisões. Outros nove eram contra presos que já estavam na cadeia, por causa de outras acusações. Houve ainda três presos em flagrante, sem relação com as ordens judiciais expedidas.

Também foram apreendidos quatro rádios de comunicação e recuperados dezesseis carros roubados e uma motocicleta. Apesar dos números baixos, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou desconhecer se houve vazamento de informações para os criminosos - o que teria possibilitado que fugissem.

"Sem dúvida o que a gente busca é sempre o maior número de prisões possível", disse ele. "Houve um golpe na criminalidade hoje, não na sua maior liderança, mas para isso a gente tem que ter a paciência de efetuar esse papel das Polícias dentro do Estado de Direito democrático. O que está sendo possível de ser cumprido é o que esta sendo apresentado".

Para efeito de comparação, uma operação da 76ª DP (Niterói), na madrugada de sexta-feira, 4, em conjunto com a Polícia Militar, apreendeu sete fuzis, quatro pistolas, uma espingarda calibre 12, munições, além de vários carregadores de modelos diversos.

Os agentes monitoravam traficantes da comunidade do Sabão, no Bairro do São Lourenço, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e descobriram que o tráfico de drogas da comunidade utilizava como paiol um condomínio de classe média no bairro do Barreto".

O Portal dos Procurados lançou cartaz oferecendo recompensa de R$ 1 mil por informações que levem a polícia a capturar os acusados conhecidos pelos apelidos de Furinho, Nisinho, Jamaicano, Miguelinho, Maninho, Diel, Coroa, Piloto, Tchá Tchá, Hilton, Brancão, Vagner, Da Mata, Da Cabrita, além de uma recompensa de R$ 30 mil pelo traficante Da Russa. Segundo denúncias, ele seria o comandante geral do tráfico em todo o Complexo do Lins.R

(Constança Rezende, com colaboração de Wilson Tosta)


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