Sorocaba, 18 - Ao desviar de outro veículo, o escrevente de cartório Sandro Moraes acabou batendo seu carro contra o espelho retrovisor de um automóvel, na saída de um estádio de futebol, no último domingo, 16, em Itararé, interior de São Paulo. O acessório foi arrancado com o impacto. Sem encontrar o dono do carro danificado, Moraes deixou um bilhete com seu telefone no para-brisa e foi para casa.
O que seria um gesto trivial, ganhou contornos de um grande feito, depois que o caso foi parar nas redes sociais. Dono do carro avariado, o policial militar Cristiano Borges fez um relato em sua página no Facebook. "Voltava para meu carro estacionado perto da Associação Atlética Itararé e deparei-me com o retrovisor quebrado, aliás, sem retrovisor. Mas o que de fato me impressionou foi um bilhete no para-brisa. A pessoa que quebrou teve uma atitude de civilidade, deixou seu nome e o telefone, pedindo-me para entrar em contato. Eu não deveria estar impressionado, pois esta era uma atitude que deveríamos entender por natural, mas nos tempos de 'Moro', ser honesto chama a atenção."
A postagem, com a foto do bilhete, teve quase mil visualizações e foi muito compartilhada.
Moraes conta que ficou surpreso ao ver que seu gesto teve grande repercussão nas redes sociais.
Ele acredita que a repercussão do gesto se deve à situação que o País vive hoje e não se considera melhor que ninguém por isso. "Fiz o que deveria ser considerado uma coisa normal. Não foi um ato heroico, nada disso. Acho que ser honesto deveria ser obrigação." Não é o que todos fazem, como afirma o internauta José Domingos, ao comentar o caso. "Comigo aconteceu que, no dia 18, um rapaz bateu no meu carro. Conversamos sobre o acidente, mas ele me deu o endereço e o número do telefone errados."
(José Maria Tomazela).