As novas demissões já haviam sido definidas pela gestão anterior, liderada pelo então provedor, o médico pediatra José Luiz Setúbal, que transmitiu o cargo para Mendonça ontem. De acordo com Setúbal, o volume de dispensas será muito menor desta vez. "Deve ser algo em torno de 200 funcionários, a maioria do setor administrativo. São funções que não são mais necessárias porque informatizamos o hospital", relatou o agora ex-provedor, que continua fazendo parte da Mesa Administrativa da Santa Casa na nova gestão.
Quanto à eventual parceria da Santa Casa com a Prefeitura de São Paulo, Mendonça afirmou que ela será possível porque a instituição voltou a ter patrimônio positivo e, por isso, pode participar de concorrências públicas. De acordo com balanço apresentado ontem, a entidade fechou o ano de 2016 com bens em valor superior aos R$ 850 milhões de dívidas.
"Estamos tendo uma conversa (com o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara) para a Santa Casa reassumir toda a gestão médico-hospitalar do centro da cidade e, isso dando certo, ir para a zona norte. Vai ser um sistema inédito, inclusive com a (participação da) Faculdade (de Ciências Médicas da Santa Casa)", disse Mendonça.
Antes do agravamento da crise financeira, a Santa Casa chegou a administrar 39 unidades de saúde, somando os serviços próprios e os públicos estaduais e municipais geridos por meio de parcerias com as secretarias da Saúde.
Ações. Em seu discurso de posse, Mendonça ressaltou que "o mantra de sua gestão será eficiência, transparência e sustentabilidade". Entre as primeiras ações de seu mandato, o novo provedor destacou a renegociação da dívida com a Caixa Econômica Federal e a alteração nas regras da Santa Casa para profissionalizar a gestão do complexo hospitalar.
"Em 90 dias, quero convocar uma assembleia e mudar nosso compromisso, transformando a Mesa Administrativa em um conselho consultivo e a provedoria em um conselho de administração", afirmou. Mendonça disse ainda que, de imediato, visitará departamentos da Santa Casa "para entender a necessidade de cada um deles".
Já Setúbal afirmou, em seu discurso de despedida, que sai do cargo com "orgulho e sensação de dever cumprido". Ele disse ainda esperar que a próxima gestão, da qual também faz parte, priorize o equilíbrio de contas e a governança corporativa. O médico assumiu a Provedoria em junho de 2015, após a renúncia de Abdalla, e não quis concorrer à reeleição. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..