A Secretaria de Saúde do Estado resolveu trocar vacina por sangue porque, depois de vacinadas contra a febre amarela, as pessoas devem ficar quatro semanas sem doar. Por isso, havia a preocupação de que, quando a campanha de vacinação massiva começasse na capital, os estoques da cidade ficassem muito reduzidos, uma vez que o público potencialmente doador cairia muito, durante algum tempo.
"Resolvemos nos precaver desse risco de ficarmos sem estoque por este problema. No carnaval, por exemplo, o número de doações foi de 50 pessoas por dia, em média, e o nosso estoque foi reduzido pela metade. Além disso, pretendemos levar as bolsas de sangue para cidades do interior do Estado que já começaram a vacinação", disse o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.
Anteontem, dia em que a campanha começou, 506 pessoas se prontificaram a doar sangue. Foi um aumento de 100% em relação à média dos dias normais, que é de 250 doações.
A contadora Nilzete dos Santos, de 54 anos, doou pela primeira vez sangue, ontem, por causa da vacina. "Minha filha me cobrava isso. A campanha me despertou a vontade", disse.
O auxiliar de logística Maicon Dionísio, de 31 anos, também doou sangue pela primeira vez. "Vou para Juiz de Fora e precisava tomar a vacina. Bom que eu ajudei alguém e, ao mesmo tempo, também fui beneficiado."
Sem remuneração
De acordo com o diretor do Hemorio, a iniciativa não fere a resolução do Ministério da Saúde que diz que a doação de sangue deve ser anônima, voluntária e não remunerada. "O que não pode haver é uma remuneração monetária. O que estamos fazendo é oferecendo um serviço que está facilitando a vida das pessoas", afirmou.
O corretor de seguros Roberto Cavalcanti, de 45 anos, que sempre doa sangue, elogiou a atitude. "Acho importante todos doarem, eu faço isso frequentemente, mas acho que a campanha (do Hemorio) incentiva quem ainda precisa de um empurrão", disse. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.