Professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e diretor da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, Covas ostenta um currículo extenso como pesquisador e administrador. Foi aluno do atual reitor da USP, Marco Antonio Zago, desenvolvendo pesquisas nas áreas de hematologia, células-tronco e terapia celular, entre outras. Tem boa reputação na comunidade científica, visto como pesquisador e administrador competente.
Segundo nota divulgada à imprensa pela secretaria, Covas "terá como missão principal reorganizar a gestão do Instituto Butantan, bem como as áreas de pesquisas científicas e desenvolvimento de imunobiológicos da instituição".
O sobrenome Covas é uma coincidência - Dimas não tem parentesco com o ex-governador Mario Covas, do PSDB (falecido em 2001). Segundo fontes ouvidas pela reportagem, porém, ele teria forte ligação com o partido do governo - assim como o economista André Franco Montoro Filho, ex-presidente da Fundação Butantan, cujas acusações de má gestão e irregularidades levaram ao afastamento de Kalil. As denúncias foram reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo e pela rede Globo.
Kalil nega que tenha cometido qualquer irregularidade. Em entrevista ao Estado, ele classificou as acusações como "ridículas" e atribuiu seu afastamento a uma disputa interna de poder e "inveja" do prestígio que o Butantan vinha conquistando sob sua gestão.
Protesto
Pesquisadores e funcionários do Butantan planejam fazer uma paralisação amanhã, em protesto à exoneração de Kalil. Também haverá uma manifestação na porta do instituto.
"A paralisação é um ato contra as intervenções políticas do governo na gestão e na continuidade dos projetos em andamento no Instituto Butantan", diz um manifesto preparado pelo grupo, ao final de uma assembleia que lotou o auditório do Museu Biológico do Butantan, na tarde desta quarta.
"A comunidade do Instituto Butantan repudia a exoneração do cargo de diretor do Instituto, Prof.