O balão gigante que despencou sobre as casas de Campinas foi solto na zona leste de São Paulo, com a vela acesa. O artefato percorreu mais de 100 quilômetros sobre áreas urbanas e de matas até atingir o bairro Jardim das Oliveiras, em Campinas. Ao se aproximar das casas, empurrado pelo vento, o artefato atingiu e derrubou um poste de iluminação e várias antenas de televisão.
O engenheiro civil Durval Domingues Nunes Filho, de 52 anos, que teve a casa atingida, contou à polícia que desligou o sistema elétrico e, com a ajuda de vizinhos, conseguiu apagar as chamas, antes que se espalhassem. "Estava com um amigo, subimos no telhado e usamos um esguicho para apagar a tocha. A Polícia Militar já estava seguindo o balão e também ajudou a controlar o fogo", relatou.
Os policiais fizeram um cerco e prenderam oito suspeitos de estarem seguindo o balão para fazer o resgate, como é tradição entre os baloeiros. Um deles, de 20 anos, é soldado na 11a. Brigada de Infantaria Leve do Exército, em Campinas. Os detidos, entre eles dois homens de Teresópolis (RJ), negaram a soltura e, depois de ouvidos, foram libertados, mas responderão a processo.
Um motociclista de 22 anos foi atropelado quando seguia o balão. De acordo com a polícia, ele atravessou uma avenida sem olhar para os lados e foi colhido por um carro.
Jundiaí
Também no domingo, um balão com cerca de 30 metros sobrevoou a cidade de Jundiaí e caiu na Vila Hortolândia, na fachada de uma academia de ginástica. O balão, que tinha uma bandeira pendurada, caiu com a tocha acesa, mas a Guarda Municipal, que acompanhava a trajetória, apagou rapidamente o fogo. O artefato tinha a assinatura da "Turma Panteras", de baloeiros de Guarulhos. No sábado, um balão de 20 metros caiu em uma chácara de Jarinu, cidade da região.
De acordo com a GM de Jundiaí, os baloeiros combinam os encontros para construir e soltar balões pelo aplicativo Whatsapp e muitos se deslocam de cidades distantes, até de outros Estados. No carnaval, a atividade se intensifica. Além do risco de incêndio, os balões ameaçam o tráfego aéreo. Soltar, fabricar ou vender balões é crime ambiental, com pena prevista de um a três anos de prisão.