Nas margens do Córrego do Batistério, na região de Pirapora (MG), Riobaldo reencontrou Diadorim, o menino que conheceu criança na beira do Rio São Francisco. É nessa região mineira que as veredas que deram nome ao romance desaparecem dia a dia.
Oásis do cerrado, as veredas são áreas alagadas onde se destaca uma fileira de buritis. As palmeiras crescem no brejo, delimitando um caminho irregular de águas que pode chegar a 5 km, ora na forma de um grande lago, ora como um riacho estreito. Espaço da savana brasileira onde bichos e homens matam a sede, se alimentam e repousam nas longas travessias, elas têm tido suas águas represadas por produtores que estendem áreas de cultivo até bem próximo das margens de cursos dágua que desembocam no Paracatu, um dos afluentes do São Francisco. "Acabou a fresquinha da terra, a sombrinha. Tá secando tudo, acabando tudo", lamenta o mateiro Adailton da Silva Pamplona.
Aos 47 anos, ele leva o jornal O Estado de S. Paulo ao Veredão do Santo Antônio, uma área de quilômetros alagada naturalmente.
Depois, Adailton nos guia até a Vereda do Retiro. Para chegar, é preciso passar por cercas de arame farpado, capoeirão fechado e mata. O nível de água também está bem baixo.
Segundo Messias Israel Veloso da Silva, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Buritizeiro, grandes e pequenos proprietários desrespeitam as veredas. "Além da seca, tem o problema da falta de respeito da agricultura familiar, do agronegócio, do município, dos sindicatos. As veredas são a alma de uma região castigada." As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..