Pela primeira vez, o Estado fez um levantamento para mapear os crimes relativos ao modal. Só na capital - primeiro lugar no ranking das cidades -, houve 1.351 furtos e roubos de bicicletas entre janeiro e setembro. A maioria dos casos se concentra nas áreas central e oeste. Mas o total ainda pode ser maior, pela subnotificação.
A designer gráfica Maria Julia Brito, de 26 anos, por exemplo, foi roubada no Minhocão e não registrou boletim de ocorrência. Eram 22 horas de domingo e a via estava fechada para carros, quando a jovem e um amigo sentaram no Elevado, perto da Estação de Metrô Marechal Deodoro. As bicicletas dos dois ficaram encostadas na mureta.
Um grupo de pessoas caminhava na direção da dupla.
Maria até tentou fazer boletim de ocorrência eletronicamente, mas diz que não conseguiu. Foi a uma delegacia no dia seguinte e relata ter sido informada que era para voltar em horário comercial. Acabou desistindo: Não conseguiria recuperar a bicicleta. Pensei: nem vale a pena fazer boletim. Ela usava a bike para trabalhar e passear. Desde o roubo, não comprou uma bike nova e parou de usar por um tempo. Não tenho mais vontade de sair para pedalar à noite, que é horário em que tenho disponibilidade,diz.
O vereador Police Neto (PSD), que no fim de novembro teve a terceira bicicleta furtada em quatro anos, dá a dica: não demore mais do que 20 dias para voltar a andar de bike, nem que seja emprestada. Continuar pedalando para não perder o entusiasmo, afirma.
Police Neto teve bikes furtadas no Largo São Bento em 2012, na Avenida Paulista em 2014 e na Praça da Sé. Ele defende a criação de um cadastro municipal de bicicletas roubadas - que depois pode ser ampliado para o País - nos moldes de um site feito por ciclistas, em 2001.
Precisamos de um sistema eletrônico com todas as informações possíveis da bicicleta. Esse cadastro poderia contribuir com a inteligência policial para desbaratar quadrilhas. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..