São Paulo, 07 - São Paulo, o Estado mais rico do País e com a maior rede pública de ensino, está estagnado nas notas das três áreas avaliadas (Matemática, Leitura e Ciências) pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e distante da meta do governo estadual de posicionar São Paulo nos próximos 20 anos entre os 25 melhores sistemas educacionais do mundo.
Em Ciências, o Estado obteve uma média de 409 pontos - 8 pontos a menos que em 2013. Em Leitura, a nota foi de 417 e em 2013 havia sido de 422. Matemática foi a área com a diminuição mais expressiva na nota: a queda foi de 404 para 386 - 18 pontos de diferença.
O Estado ficou em 7.º lugar no "ranking" nacional por desempenho em Ciências. A nota está acima da média nacional, de 409, mas deixa São Paulo atrás de Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nas outras áreas, o quadro é semelhante: em leitura e Matemática, São Paulo ficou em 6.º lugar no País.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) ressaltou que os dados do Pisa englobam todas as redes de ensino de São Paulo: privada, federal, municipal e estadual. No entanto, dos estudantes que fizeram a prova no Brasil, 73,8% são estudantes das redes estaduais, segundo informou o estudo.
A SEE não comentou a estagnação registrada pelo Pisa, mas informou que o indicador oficial para avaliação das redes públicas é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), formado por dois componentes: a aprendizagem em Matemática e Português e a taxa de fluxo (aprovação, reprovação e abandono escolar). "(O Ideb) mostra que o Estado de São Paulo em 2015 teve o melhor resultado do País, com o primeiro lugar simultaneamente em todos os três ciclos. São Paulo também mantém o melhor índice de distorção idade-série do País." Em 2015, as escolas da rede estadual paulista registraram melhora na nota do Ideb, mas também não atingiram a meta estipulada para o anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano) e do médio.
Para Emerson Santos, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), os problemas da rede já são denunciados pelos estudantes desde o ano passado.
Colaboração.
Para Mozart Neves Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, no Estado de São Paulo há pouca cooperação entre as redes municipais e estaduais, o que dificulta uma continuidade no ensino. "Estados como Ceará e Espírito Santo têm um trabalho colaborativo e cooperativo muito maior entre as redes. Em São Paulo, clivagens e desigualdades poderiam ser reduzidas substancialmente se houvesse um regime de colaboração. A gente perde muito com a descontinuidade política."
Ramos também destacou que a melhora na educação em outros países só ocorreu após a valorização da formação dos professores. "A estagnação da educação brasileira em níveis tão baixos mostra que o modelo de ensino está esgotado. A mudança passa pelos professores." As informações são do jornal
O Estado de S.