São Paulo, 28 - Crise dos refugiados, problemas ambientais e ditadura militar foram alguns dos temas cobrados nas questões da primeira fase da Fuvest, realizada na tarde de ontem por cerca de 136 mil candidatos habilitados. A prova de Química foi considerada a mais difícil para alunos e professores ouvidos pelo
Estado
. Já as áreas de Humanas tiveram mais texto e exigiram mais atenção.
"A prova estava um tanto complicada, o nível é elevado. Mas química foi a mais elaborada e também mais difícil", disse ao sair da sala Mariana Melo, de 17 anos, sobre as 90 questões de múltipla escolha aplicadas neste domingo, 27. Ela presta Fuvest pela primeira vez e tenta uma vaga no curso de Psicologia. "Não achei a prova difícil. Só as questões de química estavam quase impossíveis de responder, concorda a treineira Alana Caparroz, de 16 anos. Espero no ano que vem estar pronta para entrar na universidade", completou.
O professor de Química do Cursinho da Poli Fábio Bueno diz que o aluno levou mais que o dobro do tempo para resolver os itens dessa disciplina.
As questões de Humanas foram consideradas trabalhosas, pelo tamanho dos textos. "Parecia um pouco pegadinha, porque você lia o texto e o que a questão pedia não estava necessariamente relacionado ao que estava naquele trecho", diz Gabriel Lourenço, de 21 anos, que tenta uma vaga no curso de Farmácia-Bioquímica.
"Deu mais trabalho. Havia muitos textos, tabelas e imagens. É uma prova muito boa no conjunto, mas neste ano em particular, por causa dos textos maiores, os alunos tiveram mais dificuldade em humanas", disse o coordenador do cursinho Etapa Marcelo Dias.
Atualidades.
A prova trouxe como temas a crise dos refugiados, com a emblemática foto do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos, encontrado morto no ano passado em uma praia da Turquia após se afogar durante a tentativa de travessia para a Grécia. Também cobrou questões de meio ambiente, como a despoluição da Baía de Guanabara, desmatamento na Amazônia e o acordo climático de Paris.
Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, acredita que a prova teve "um pé maior na atualidade" neste ano, ao mesclar temas clássicos com o noticiário recente.
O Estado de S. Paulo..