Rio, 29 - Apoiados por movimentos como Endireita Rio e Brava Gente, pais de alunos do colégio federal Pedro II, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, marcaram para este sábado, dia 1º, em Copacabana, zona sul, uma manifestação contra a decisão da reitoria de acabar com a distinção de uniformes para alunos e alunas.
Eles querem que o reitor suspenda a liberação do uso de saia por alunos. Na semana passada, paredes da fachada da unidade São Cristóvão foram pichadas. "O problema não é a saia. É a ideologia de gênero que está sendo enfiada goela abaixo dos alunos e dos pais sem que tenha havido discussão sobre isso", disse Luciana Duarte, de 36 anos, mãe de um aluno de 14 anos e integrante do movimento Mães pelo Escola Sem Partido.
O grupo de pais contrários à portaria se comunica por um aplicativo de celular que reúne 256 pessoas. Uma mãe publicou fotos sobre trabalhos escolares a respeito de movimentos sociais, como o feminista. "Se isso não é propaganda... por favor", criticou.
A gerente de recursos humanos Aline Freitas, de 41 anos, pensa em tirar da escola o filho, de 8, que entrou este ano na unidade Tijuca, na zona norte. "Para mim está sendo um pesadelo.
O fim da distinção de uniformes começou a ser discutido no Pedro II em 2014, quando um aluno foi obrigado a tirar a saia que usava. Estudantes fizeram um "saiato" em defesa do colega. Foram à escola de saia.
"O fim da distinção de gênero na especificação do uniforme não significa que o colégio esteja incentivando estudantes do sexo masculino a virem de saia.
Segundo ele, as regras para o uso dos banheiros - uma preocupação dos pais - continuam as mesmas. "A instituição sabe que o uso do banheiro pelos estudantes transgêneros precisa ser pensada. Por outro lado, não se pode supor que um estudante que não seja transgênero irá usar um banheiro feminino só porque está vestindo saia, por exemplo", disse.
Sobre as críticas aos temas de debates e seminários, Duarte afirmou que o Pedro II estuda temáticas relativas à cultura, aos esportes e à prevenção de drogas. "Por que as temáticas LGBT e feministas deveriam ser proibidas? A única apologia que o Colégio Pedro II faz é ao respeito e à dignidade para todos os seres humanos".
Poucos foram os estudantes que adotaram o uso de saia. O colégio não informou quantos.