Brasília, 15 - Uma estudante de Direito morreu nesta semana, em Brasília (DF), após complicações causadas por uma sessão de bronzeamento artificial. Nara Farias Preto tinha 20 anos e teve paradas cardíacas decorrentes de queimaduras e desidratação. Depois do caso, a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária.
Os médicos do Hospital das Forças Armadas, onde Nara deu entrada reclamando de fraqueza e dores no corpo, relataram que ela chegou a ser reanimada após as paradas cardíacas. Porém, o quadro piorou rápido e ela foi transferida à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um outro hospital, onde morreu depois. Ela foi submetida ao procedimento no sábado, 10, passou mal na terça-feira e morreu na quarta.
A família da jovem registrou ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia do DF e pretende processar a clínica Belo Bronze, que funcionava em uma região residencial na Asa Sul, em Brasília. No local, a Vigilância Sanitária apreendeu quatro macas e uma espécie de dedetizador, usado para aplicar os produtos químicos nos clientes.
A clínica não utilizava o método das câmaras de bronzeamento, proibido pela Anvisa desde 2009. O serviço era chamado "bronzeamento natural", em que o cliente aplica um produto sobre o corpo e fica exposto ao sol, na cobertura do estabelecimento. O tempo máximo recomendado para a sessão é de uma hora e meia, mas, segundo familiares, Nara teria permanecido quatro horas sob o sol - duas de frente, duas de costas.
Embora as câmaras de bronzeamento artificial sejam proibidas pela Anvisa desde 2009, há 831 produtos que são regulamentados pelo órgão.
O Instituto Médico Legal deve divulgar, em cerca de um mês, laudo sobre a morte da jovem. O velório e enterro ocorreram nesta quinta-feira, em Mara Rosa (GO)..