São Paulo, 27 - Um traficante de drogas colombiano apontado como o articulador entre produtores de cocaína de Colômbia, Peru e Bolívia e distribuidores europeus foi preso em Bogotá, a pedido da Polícia Federal brasileira. Segundo as investigações, ele teria conexões com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para passar a droga por São Paulo para alcançar a Europa.
José Esteyman Poveda era um dos alvos da Operação Arepa, feita pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em São Paulo, que cumpriu 29 mandados de prisão em maio. O acusado estava em seu país de origem, mas a 6ª Vara Federal de Santos atendeu o pedido de prisão temporária contra ele. A prisão foi conduzida pela Direção da Procuradoria Especializada Antinarcóticos, um departamento especializado da Colômbia, uma vez que o homem é apontado, também, como integrante do Cartel do Golfo, organização criminosa especializada na exportação de drogas.
Poveda seria o elo entre o cartel e o PCC: intermediava o contato entre produtores da Colômbia, do Peru e da Bolívia com compradores da Bélgica e da Holanda. A prisão aconteceu no dia 17, e o caso foi divulgado anteontem pela TV Bandeirantes.
O delegado federal Fabrizio Galli, um dos autores do pedido, disse que "por meio da cooperação da Polícia Federal com as autoridades da Colômbia", conseguiu concretizar a prisão. "No começo da operação, ele tentou entrar no Brasil, mas a Polícia Federal tinha um processo por expulsão. Ele tentou, mas não conseguiu", segundo Galli. A prisão sem resistência foi feita em Lijaca, bairro no norte da capital colombiana.
A PF interceptou as conversas entre o traficante e o grupo brasileiro, que tinha como um dos líderes Marcos Damião Lincoln, preso na operação de maio.
"Os brasileiros pertenciam a células do PCC. Mas, hoje em dia, o PCC é um sindicato. Não é uma hierarquia que precisava de autorização de alguém de dentro para fazer o comércio. Eles se intitulam PCC, falam várias vezes que fazem parte, e o primeiro contato com Poveda se utilizou da expertise da facção", afirma o delegado. "Eles têm células autônomas para traficar drogas."
Carregamentos
As investigações sobre a célula do PCC com a participação do traficante colombiano começaram em junho do ano passado. Nesse período, durante as interceptações, os policiais federais conseguiram frustrar dois carregamentos de drogas para a Europa. Em um deles, 200 quilos de cocaína foram apreendidos no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
"Agora, estamos investigando como o dinheiro era lavado", diz o delegado, afirmando haver indícios de que o grupo mantinha postos de gasolina para ocultar a renda vinda do tráfico. O delegado afirma ainda que, durante a operação, os agentes flagraram ¤ 200 mil que a quadrilha tentava trocar por reais para, então, lançar no faturamento de postos de gasolina. "Eles também compravam e vendiam carros para fazer o dinheiro girar", afirmou o delegado.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..