O vírus da zika transformou a vida de milhares de famílias no Brasil. Muitas em Pernambucano. Depois do diagnóstico e do parto, uma série de sentimentos e enfrentamentos passam a virar rotina: aceitação, preconceito, luta. Para o fotógrafo baiano Joelson Souza, que mora no Recife há dois anos, essas emoções precisavam ser registradas. E foi o que ele fez, com o apoio da UMA - União de Mães de Anjos, organização de mães voltada para garantir os direitos das mães de crianças com microcefalia.
Em entrevista ao Diario, Joelson diz que a formação acadêmica em fonoaudiologia influenciou na sensibilização dele sobre o tema. "A ideia surgiu no início deste ano, quando a microcefalia já estava com um número grande em Pernambuco e o intuito era, através do trabalho em fotografia, discutir os aspectos do preconceito que as mães sofriam, assim como o fato que muitos pais ao saberem que seus filhos tinham microcefalia, deixaram suas famílias. Recaindo sobre a mãe total responsabilidade e ainda tendo que enfrentar esse percalço", conta.
Apesar das dificuldades e estigmas, as sessões se transformaram em uma pausa na pesada rotina das famílias. "O clima nas fotos foi muito leve e gostoso.
O ensaio ganhou o nome de Macroamor. "Fotografá-las foi uma sensação de aprendizado e alegria. Mesmo com todas dificuldade, era perceptível todo amor, cuidado e carinho delas, mesmo com cansaço diário que elas enfrentam. Por vezes, eu parava de fotografar e admirava todo o cuidado e carinho entre eles."
Contato
A primeira parte do projeto foi realizada com mães que são lideranças na organização. "Agora continuaremos com as outras mães interessadas", avisa Joelson, que mantém o site Para Muitos (que também está no Facebook), onde as famílias podem entrar em contato com ele.