De acordo com técnicos do instituto, gases metano e sulfúrico estavam concentrados em um vão de 50 centímetros, entre o solo e o piso de um apartamento. Segundo Pacífico, os gases acumularam neste espaço durante reparo da tubulação de esgoto. "Um pedreiro, engenheiro ou sabe se lá quem fechou este vão, com uma fileira de tijolos de cimento, formando uma espécie de porão. Os gases subiram, corroeram fios desencapados que estavam no porão, e houve a explosão. Ainda não sabemos por quanto tempo o esgoto ficou acumulado no local", disse.
O delegado afirmou que interrogará os dois síndicos do prédio, construído em 1978, para apurar quem fechou o vão. "Os moradores e os síndicos não podem ser responsabilizados pelo acidente porque não podiam imaginar que o reparo do esgoto provocaria esta explosão.
Em nota, a Cedae informou que "o sistema interno de imóveis e condomínios (água e esgoto) não é de responsabilidade da Cedae, mas, sim, do próprio cliente". " A companhia não foi procurada em nenhum momento pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (Polícia Civil) ou por qualquer outro órgão dando ciência do conteúdo do relatório técnico do Icce. Neste sentido, considera prematuro emitir considerações a respeito do mesmo. No entanto, a empresa avalia como improvável atribuir ao esgoto a responsabilidade pela ocorrência na Fazenda Botafogo, pois não há registro de episódios como este comprovados na Cedae ou congênere no país", diz o documento.
Na época do acidente, moradores disseram que o acidente fora causado por um vazamento de gás, embora a Companhia Estadual de Gás (CEG), após vistoria técnica, tenha descartado a hipótese. O delegado da 40ª DP disse que deixou de considerar essa hipótese, pois peritos do Icce atestaram que os botijões de gás, as cozinhas e os banheiros dos apartamentos estavam intactos. "Os gases vieram do chão e, por isso, afetaram os apartamentos do primeiro andar, muitos na sala de estar." Passado um mês da explosão, os moradores da área afetada ainda não puderam voltar para seus apartamentos..