O aumento do número de casos já era esperado pelo secretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe. "Historicamente, o Rio de Janeiro tem picos de transmissão no mês de abril. Já esperamos um aumento maior de casos para este mês", afirmou.
Chieppe ressaltou, no entanto, que ainda é cedo para analisar o aumento dos casos de zika, doença que teve o primeiro registro no Estado há um ano e só se tornou de notificação obrigatória há dois meses.
O salto nos números de zika e chikungunya em apenas dez dias ocorreu também porque municípios têm entregue com atraso as informações. Essas doenças, que se tornaram de notificação compulsória somente em fevereiro, ainda não constam do formulário online do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Algumas prefeituras têm reunido os dados em planilhas de Excel. Em 30 de março, por exemplo, não houve atualização das informações de zika e chikungunya por causa disso.
"Tem havido dificuldade para o lançamento de dados no Sinan. Ocorrem atrasos das prefeituras para enviar as informações", disse Chieppe.
Foram notificados 36.797 casos de dengue até 5 de abril, aumento de 16% em relação à semana anterior. Uma pessoa morreu. No mesmo período de 2015, foram registrados 18.159 casos de dengue. Ao longo do ano, 71.791 registros da doença e 23 mortes. Segundo Chieppe, há epidemia em municípios na Região Serrana e no Noroeste Fluminense. Foram instalados centros de hidratação em Campos (Norte Fluminense), Nova Friburgo e Cordeiro ( Região Serrana), Iguaba e Araruama (Região dos Lagos). "Obviamente que no cenário de crise financeira, podemos ter sobrecarga no atendimento de algumas unidades. Mas já avaliamos os municípios, mapeamos locais que poderão receber centros de hidratação para garantir o fluxo adequado dos pacientes com dengue", afirmou Chieppe..