Centenas de pessoas que chegavam à estação para pegar os trens suburbanos correram em desespero. Parte delas fugiu para a vizinha Avenida Presidente Vargas. Outras correram para dentro da estação na tentativa de se proteger. Assustados, comerciantes fecharam as portas dos estabelecimentos. Durante o enfrentamento, o cheiro de gás de pimenta tomou conta do saguão da Central, intoxicando quem tentava alguma forma de proteção.
O protesto estava no final e era até então pacífico desde que cerca de 700 pessoas iniciaram, às 18h, o percurso entre a Cinelândia e a Central do Brasil, passando pela sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio e pela igreja da Candelária, tradicional ponto de concentração de manifestantes na cidade.
Convocada por entidades estudantis, de trabalhadores e da sociedade civil, a manifestação começou às 17h na Cinelândia, para reivindicar o cancelamento do aumento da tarifa de ônibus municipal no Rio, que passou de R$ 3,40 para R$ 3,80 no último dia 2. Os manifestantes seguiram em caminhada até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e depois partiram para a Central do Brasil, onde duas pistas da Avenida Presidente Vargas foram interditadas, complicando o trânsito no centro.
No trajeto, os manifestantes entoaram coros como "eta, eta, eta, se não baixar a tarifa a gente pula a roleta".
Apesar de o protesto ter o transporte público como tema, as reivindicações de cada grupo participante eram múltiplas, com críticas aos governos municipal, estadual e federal e aos políticos. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi criticado em vários discursos. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), embora menos citado, também recebeu críticas. Nos discursos não houve menção à presidente Dilma Rousseff (PT) nem ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), alvos de muitos cartazes indignados. COLABOROU ALFREDO MERGULHÃO.