Na sala de espera, sentaram-se lado a lado e conversaram. Então, ela e Eliana foram encaminhadas à mesma sala de cirurgia, onde uma equipe se encarregou de atender às duas, simultaneamente. Somente os médicos obstetras eram diferentes. “Os dois bebês ficaram na sala de cirurgia com a Eliana. Desconfio que a troca aconteceu nessa hora”, diz Dileide. “Acho que eu e Dileide tínhamos que ter ficado em salas diferentes”, pondera Eliana.
Formosa é uma cidade pequena, com cerca de 100 mil habitantes, e os caminhos das famílias continuaram a se cruzar. Sem saber, Daniel e Diego estudaram juntos, entre a 7º série e 3º ano do ensino médio, na escola municipal Joaquim Moreira. Até se cumprimentavam. Mas um fato foi determinante para a descoberta da troca. Diego é muito parecido com Pablo, filho mais velho de Eliana e irmão biológico dele. Em um evento sertanejo, no ano passado, foi confundido com o rapaz. Curioso, quis saber quem era a pessoa. Então, os dois fizeram amizade.
Os comentários eram inevitáveis. “Uma vez, eu falei: ‘Vamos fazer um DNA’. Mas, claro, nem passava pela minha cabeça que isso poderia ser verdade”, lembra Diego. Pablo, por sua vez, levou uma foto para Eliana ver. “Eu chorei na hora. Tinha certeza que era meu filho. Pensei que tivesse tido gêmeos e que tinham levado o outro”, desabafa Eliana, que demorou oito meses para propor o teste a Diego. Fez isso sem Dileide ou qualquer outra pessoa saber. O exame ocorreu em fevereiro e oito dias depois estava pronto. Positivo: Diego é filho biológico de Eliana.