Rio de Janeiro – Sete esfaqueados em uma semana.
De acordo com a Polícia Militar, a mulher estava em um ponto de ônibus na Avenida das Américas quando foi abordada por dois assaltantes.
À noite, a Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) divulgou o retrato falado do suspeito de esfaquear a chilena. Segundo o delegado Alexandre Braga, a vítima ficou assustada com a repercussão do caso, inclusive na imprensa internacional. Antes de conseguir falar com os pais, que estão no Chile, eles já haviam lido no país sobre o crime. Veículos de imprensa de outros países também noticiaram o caso e destacaram que alguns assaltos foram próximos aos locais que sediarão os Jogos Olímpicos do ano que vem, como a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde haverá competições de canoagem. O site do noticiário T13, do Canal 13, da televisão chilena, afirmou: “Cabe destacar que, nos primeiros quatro meses do ano, foram atendidas 167 vítimas de ferimentos por arma branca nos hospitais do Rio”.
A agência de notícias americana Associated Press disse que a polícia estava reforçando o patrulhamento nas áreas de turismo e de provas das Olimpíadas “depois de uma série de ataques a faca a locais e estrangeiros”. Reportagem da agência France Presse diz que “a série de ataques a faca no Rio põe a Cidade Olímpica em xeque”. A reportagem ressaltou ainda a morte de médico Jaime Gold, esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas, num assalto em que foram levadas sua bicicleta e sua carteira. O The Wall Street Journal destacou que “a violência coincide com o recuo na antes florescente economia do Brasil, o que, segundo especialista, resultou ao mesmo tempo em cortes no orçamento da polícia e na redução de oportunidades de trabalho para jovens em situação de risco”.
Uma operação de choque da PM na noite de sexta recolheu 34 facas no subúrbio do Rio. Diante da onda de violência, a Câmara dos Deputados decidiu desengavetar um projeto de lei, apresentado há 11 anos, que criminaliza o porte de arma branca nas ruas. O líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani, pediu o desarquivamento da proposta, protocolada em 2004 pelo deputado Lincoln Portela (PR-MG). O texto deve receber emendas, já que é considerado brando.
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