"Entregamos dois documentos: a solicitação da terceira e última fase de teses e também um documento que especifica como a vacina é produzida industrialmente, tendo como futuro o registro do produto", explicou Jorge Kalil, diretor do instituto, imunologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE), também da pasta, o Estado de São Paulo tem 100 mil casos confirmados e pelo menos 70 mortos.
A terceira etapa de estudos consiste em fazer testes em humanos de todas as regiões do País, aplicando em 17 mil voluntários as vacinas contra a dengue.
Inicialmente, o prazo para distribuir a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) havia sido fixado para 2018. Mas no dia 21 de março, em um evento em Sorocaba, no interior do Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou do Instituto Butantã que as aplicações fossem antecipadas e as vacinas produzidas em alta escala. "Nós estávamos em um ritmo normal de desenvolvimento, que poderia ser mais longo. Como temos um risco grande e o problema é relevante para o Brasil e o mundo, estamos fazendo um esforço para agilizar o estudo", afirmou o diretor do instituto.
Segundo ele, quando todas as etapas estiverem concluídas, a vacina será distribuída para todo o País. Ele explicou que, antes disso, haverá um diálogo com cada um dos Estados para elaborar um plano de ação da vacina.
Como o produto é novo, ainda não é possível saber se a população terá que tomar apenas uma dose da vacina. Kalil, no entanto, acredita que a duração dos anticorpos da vacina terá um "longo prazo" no organismo.
A primeira fase da vacina foi desenvolvida nos Estados Unidos, em uma parceria entre o instituto do governo do Estado com o National Institute of Health, dos Estados Unidos. A vacina foi aplicada em 700 pessoas. A segunda fase, em São Paulo, ainda em andamento, medicou 175 dos 300 voluntários da etapa. De acordo com o Instituto Butantã, nenhum deles apresentou nenhum tipo de reação adversa à vacina..