A operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio e a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança já tinha prendido outras sete pessoas, sendo cinco policiais civis.
Segundo informações do Ministério Público, a quadrilha chefiada pelo delegado atuava pelo menos desde 2012, com extorsões que chegavam a R$ 300 mil. No esquema, integrantes das equipes de investigação da DPMA faziam diligências nas sedes das empresas alvo, sob o argumento de estarem verificando denúncias anônimas sobre a prática de crime ambiental. Os agentes apontavam falsas irregularidades e, com isso, pressionavam e ameaçavam o empresário ou responsável pelo local a realizar os pagamentos indevidos.
O perito criminal José Afonso é apontado como responsável por forjar laudos que apontavam crimes ambientais inexistentes. Ainda de acordo com o Ministério Público, a organização criminosa também chegava a sequestrar as vítimas de extorsão e mantê-las como reféns por mais de oito horas enquanto o preço dos resgates era negociado. Os chefes do esquema ficavam com 40% do valor arrecadado e os outros 60% eram divididos entre os agentes que participavam das falsas diligências.
Além desse golpe, chamado pela quadrilha de "pancada", havia uma lista de empresários que eram obrigados a fazer pagamentos fixos de propina, até o dia 10 de cada mês. Os pagamentos da chamada "merenda" muitas vezes eram feitos nas dependências da própria DPMA, segundo as investigações. O valor das propinas mensais variava de R$ 500 a R$ 6 mil, dependendo do porte da empresa.
Parte da investigação foi baseada no sistema de delação premiada de um dos policiais civis lotados na DPMA.