De acordo com o delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia de Polícia (DP), o autor do disparo foi o soldado Walter Saldanha Correia Júnior, que trabalhava havia seis meses na favela. Quatro PM que estavam com ele no momento do tiro que vitimou o dançarino foram indiciados por prevaricação e falso testemunho. Eles tinham um mês de serviço na UPP. Todos mentiram nos depoimentos e combinaram a mesma versão à polícia, apontam as investigações. DG tinha 22 anos. Trabalhava com a apresentadora Regina Casé no programa Esquenta, da Rede Globo.
O inquérito foi entregue nesta quarta-feira ao Ministério Público Estadual. O delegado sustenta que, no momento em que foi baleado, DG não oferecia perigo aos policiais, apesar de, pouco antes, ter havido uma troca de tiros entre PMs e bandidos da favela.
Segundo as investigações, o tiro que matou DG foi disparado de baixo para cima. Correia Júnior e quatro PMs estavam sob um prédio na favela. No quarto andar, sobre um beiral da janela, o dançarino se protegia do tiroteio. A movimentação de DG teria feito com que parte do beiral desabasse. Os policiais teriam pensado que se tratava de uma bomba. Foi quando, segundo o inquérito, o PM atirou. Nenhum dos policiais indiciados mencionou o disparo em depoimento. O delegado descartou que DG tenha sido torturado ou morto à queima-roupa. Ele disse que, do prédio onde o dançarino estava, teriam fugido três traficantes e que o local era ponto de observação do tráfico..