De acordo com os cálculos da Associação Nacional da Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o aumento da alíquota irá gerar um custo adicional ao setor de R$ 750 milhões por ano. Como a elevação do imposto deve valer a partir de junho, a conta para as empresas do setor será de cerca de R$ 400 milhões em 2015. "A desoneração da folha para o setor em 2013 levou a uma redução imediata de R$ 0,15 nas tarifas em todo o País. Se o benefício puxou as tarifas para baixo, agora será necessário um aumento na mesma proporção", avalia o presidente da NTU, Otávio Cunha.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, a passagem de ônibus, que já subiu de R$ 3 para R$ 3,50 em janeiro deste ano, chegaria a R$ 3,65. Os novos R$ 0,15 de aumento significariam um reajuste extra de 4,28% nas tarifas do município. Segundo Cunha, a associação já enviou à Frente Parlamentar dos Transportes duas propostas de emendas à Medida Provisória 669 para manter a alíquota do setor em 2,5%. "Ainda que o Congresso Nacional consiga aprovar uma emenda, a presidente Dilma Rousseff pode vetá-la", pondera o executivo.
A NTU alega que já existem defasagens nos preços atuais das passagens, uma vez que a elevação do preço do diesel - graças a outra medida da Fazenda, com a recomposição da Cide sobre o combustível - ainda não foi totalmente repassada para a maioria das tarifas. "Essas defasagens de preço do diesel as empresas conseguem acumular até o reajuste anual seguinte. Mas o impacto da folha de pagamentos é diferente e requer uma revisão imediata das tarifas, como aconteceu quando a alíquota foi reduzida", argumenta.
Com o possível "tarifaço", Cunha alerta para a probabilidade de novas manifestações como as que ocorreram por todo o País em junho de 2013. "Não queremos essa hipótese e lutaremos para que o benefício aos usuários seja mantido. Não podemos remar para trás na questão do transporte público", conclui o presidente da NTU..