O novo conjunto de regras diminuiu o número de recursos e cria mecanismos para dar mais agilidade às decisões judiciais. Um deles determina que as causas sejam julgadas em ordem cronológica e tem como objetivo fazer com que um processo não fique por anos parado na Justiça. Outra medida que merece destaque é a que determina que um juiz seja afastado nos casos em que os advogados forem seus parentes até terceiro grau. Um dos itens mais polêmicos que foi apreciado nesta quarta foi o instrumento que transforma ações individuais em coletivas. Com a inovação, o juiz tem autonomia para verificar se uma ação também afeta o interesse de outras pessoas e estender a sua decisão aos demais.
Um forte lobby do setor empresarial, no entanto, fez com que ficasse de fora do código o item que dava permissão aos juízes de primeira instância para decretarem intervenção judicial nas empresas.
Os senadores também cederam à pressão da bancada evangélica e mantiveram no novo código o expediente da separação, considerado ultrapassado no meio jurídico, já que em 2010 foi aprovada a PEC do divórcio, que acaba com a exigência da separação judicial prévia por mais de um ano ou da separação de fato (por mais de dois anos) para que os casais consigam o divórcio na Justiça.
A aprovação foi comemorada nesta quarta pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. Ele, que presidiu a comissão de juristas que elaborou o texto que deu origem ao novo código, fez questão de acompanhar os dois dias de votação da proposta. Este será o primeiro Código do Processo Civil gestado no regime democrático. O que está em vigência é de 1973, e foi elaborado durante o período da ditadura militar.
Entre as principais inovações também é importante citar a criação do chamado "instituto de resolução de demandas repetitivas", uma ferramenta que vai permitir que a mesma decisão seja dada para milhares de ações, o estabelecimento de centros de conciliação e a cobrança de multa para os advogados que entrarem com muitos recursos somente para protelar a decisão final..