"As famílias estão conscientes de seus direitos. A partir do momento que passa do portão para dentro, a responsabilidade é da escola", diz o presidente do Sieesp, Benjamin Ribeiro da Silva. Segundo ele, as escolas têm cada vez mais realizado trabalhos educativos e de conscientização. "O bullying sempre existiu. É difícil eliminar 100%. Estamos oferecendo cursos de formação, trabalhando pedagogicamente a questão, mas o seguro acaba precavendo contra situações que não se consiga identificar", completa.
As escolas não divulgam se têm o seguro antibullying e também preferem não comentar o assunto.
Essa modalidade de seguro é oferecida há dois anos pela Ace e, neste ano, a Tokio Marine passou a ofertar a colégios pacotes que cobrem processos do tipo. Segundo a Tokio Marine, os contratos da área de ensino cresceram 28% e representam 22% da carteira de seguro empresarial.
De acordo com Fernando Coelho dos Santos, cuja corretora integra a holding Brasil Insurance, o número de contratos avançou 35% desde 2012, quando a Ace criou o produto que também trata da chamada responsabilidade civil profissional. Ele não revela o número exato, mas aponta que mais de 300 escolas já têm o seguro.
As clientes são de porte médio ou grande. "O bullying deu exponenciação na procura, porque aumentou a percepção do risco." O seguro cobre indenizações e também arca com custos com advogado e tratamento psicológico, mesmo que a demanda não chegue à Justiça.
Risco calculado
Santos explica que as próprias ações de prevenção são analisadas no cálculo de risco do segurado. "Fazer seguro não é incentivo para parar de cuidar da prevenção. É um ato de gestão e de defesa da escola.".