No sábado, o fogo alcançou os campos de altitude, um dos ecossistemas mais raros da Mata Atlântica, a mais de 2 mil metros acima do nível do mar: a frente de fogo, que estava restrita ao Morro do Mamute, perto de Itaipava, distrito de Petrópolis, chegou ao Morro da Luva, já na Travessia Petrópolis-Teresópolis, na parte alta do parque. De acordo com o coordenador de Emergências Ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck, o incêndio consumiu 856 hectares no Morro do Mamute, 420 hectares na região do Jacó, às margens da BR-495, e 55 na área do Quebra-Frascos.
Durante a noite, 12 brigadistas trabalharam para tentar conter o avanço do fogo usando bomba costal com capacidade para 20 litros de água, abafadores e ferramentas como enxadas e facões. No sábado, um helicóptero da Polícia Civil começou a ajudar no deslocamento de 40 brigadistas do ICMBio e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) que deixarão o acampamento no Morro do Mamute e seguirão para a nova frente de avanço das chamas. Um helicóptero do Ibama também trabalha nos lançamentos de água sobre os incêndios.
"A região é sensível, o fogo avança rápido, mas já estamos deslocando os brigadistas de helicóptero para impedir que o fogo chegue à escarpa", explicou Berlinck, que sobrevoou a área. "O fogo ainda deve avançar nas regiões do Jacó e do Cubaio, áreas de difícil acesso. Tentamos cercar os novos focos e traçar uma estratégia para combatê-los."
Outra dificuldade enfrentada pelos brigadistas é um fenômeno natural conhecido como "fogo de turfa", em que as chamas correm pelo material em decomposição acumulado no solo, queimando as raízes das árvores. A olho nu, apenas a fumaça aparece, o que dificulta a extinção do fogo.
Ao todo, 80 brigadistas do Ibama, ICMBio e voluntários trabalham na Serra dos Órgãos.