A decisão beneficia Mariângela Cláudia Dias Chaves, que adquiriu sequelas permanentes causadas por queimaduras provocadas por produto químico de lavar carros jogado em suas costas durante a recepção aos calouros, em 2000. Três estudantes do 2º ano do curso foram condenados: Elias Geraldo Zanotto dos Santos, Rogério Henrique Bortoletto e Vanderlei Aparecido Frigieri Júnior.
"Me pediram R$ 30,00 para não participar do trote, como eu não tinha dinheiro, decidi participar, mas não imaginava que fosse violento", diz.
Eles pediram para eu agachar e abaixar a cabeça e avisaram que jogariam algo nas minhas costas, ou seja, sabiam que era algo perigoso e não poderia atingir os olhos", lembra. "Fiquei com marcas iguais as causadas por tiros porque o produto era corrosivo e penetrou na minha pele", conta Mariângela. "Só pude entrar na piscina em 2011", diz. "Em 2007, eu até tentei, mas depois que uma menina me perguntou que marcas de tiros eram aquelas, eu desisti".
Por conta do episódio, Mariângela diz que largou os estudos e só recuperou-se do trauma psicológico depois que casou e se tornou pastora de igreja evangélica. "As sessões de terapia da igreja me ajudaram a superar o problema", conta Mariângela, hoje com 37 anos de idade, e trabalha de projetista de móveis em uma empresa de Catanduva. Ela diz que só decidiu mover ação civil depois que a Justiça absolveu os acusados de cumprir prisão fechada no processo criminal.
Seu advogado Adriano Goldoni Pires disse que vai executar a Fundação Padre Albino para fazer o pagamento da indenização. A fundação divulgou nota dizendo ser contra o trote, que puniu os alunos acusados e que não analisou a decisão porque ainda não foi citada. A reportagem não localizou advogados dos estudantes condenados..