Na prática, as moradias populares serão erguidas no terreno particular de Itaquera, mas não existe nenhuma garantia de que as famílias da ocupação serão as beneficiadas. Por orientação do Ministério Público Estadual, a Câmara Municipal e a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) não podiam fazer no texto do projeto do vereador Police Neto (PSD) um direcionamento das moradias para os filiados do MTST - sob o risco de ver a lei anulada pela Justiça a médio prazo.
No momento em que percebeu a falta de garantia para as famílias da ocupação, na tarde desta sexta-feira, Boulos ficou visivelmente transtornado. O líder dos sem-teto chegou a bater boca de forma ríspida com o líder da bancada do PT e com outros parlamentares no meio da audiência pública para discutir as mudanças. "Isso aqui não resolve nada para nós", disparou o coordenador do MTST. Em seguida, os vereadores aceitaram ceder e incluir uma emenda que permite a viabilização das moradias via parceria entre o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, e entidades de moradia paulistas.
Mas, apesar de aceitar a mudança, Boulos não poderá garantir às famílias que estão no terreno que serão elas as futuras moradoras da área. Nem garantir que será o MTST que vai construir e gerenciar os futuros conjuntos. "É errado fazer qualquer direcionamento.
Agora restará a Boulos tentar manobras junto ao governo federal e na Prefeitura para tentar colocar o MTST como parceiro do Minha Casa Minha Vida na construção dos 2.800 apartamentos previstos para o terreno da Copa do Povo..