Jornal Estado de Minas

Cobertura da Copa já teve 17 agressões contra jornalistas

Quase 90% dos agressores são policiais. São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as cidades com mais casos de violência; foram 190 casos desde maio de 2013

A jornalista da CNN Barbara Arvanitidis foi atingida pelo estilhaço de uma bomba lançada pela PM de São Paulo na cobertura de um protesto no dia do primeiro jogo da Copa - Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

 

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) registrou 17 casos de violência ou prisão contra jornalistas desde o início da Copa do Mundo, todos eles em cidades-sedes. Desde maio de 2013 foram 190 registros deste tipo. De acordo com a entidade, 88 % dos casos registrados na última semana foram causados por policiais militares.

São Paulo foi a cidade com mais registros neste mundial, foram cinco ocorrências, em todas elas os agressores foram policiais. No Rio de Janeiro, com quatro casos de agressão, e em Porto Alegre, com três, todos os casos também envolvem policiais. Os únicos casos em que o agressor não era da polícia, foram em Belo Horizonte, onde um fotógrafo da Reuters foi atingido por uma pedra jogada por manifestantes contra a PM, e em Fortaleza, quando um integrante do Coletivo Nigéria foi abordado por seguranças da Fifa Fan-Fest.

Segundo a Abraji, 46% dos ataques foram intencionais, ou seja: aconteceram apesar de o jornalista estar devidamente identificado como imprensa. A entidade destaca que a resolução nº 6/2013 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, garante que "repórteres, fotógrafos e demais profissionais de comunicação devem gozar de especial proteção no exercício de sua profissão, sendo vedado qualquer óbice à sua atuação, em especial mediante uso da força".

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