O Sindicato dos Metroviários acusou o governo paulista de reagir de forma intransigente e truculenta aos piquetes montados em estações como Ana Rosa, onde a Tropa de Choque usou bombas de efeito moral para dispersar os grevistas. O presidente da entidade, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou ainda que os 42 funcionários demitidos foram escolhidos como parte de uma "retaliação política" de Alckmin, já que todos têm participação ativa nas ações sindicais. Ele falou que a estratégia é para intimidar a classe trabalhadora.
"A categoria está indignada com as demissões, existe uma revolta com a atitude do governador. Espero que ele negocie, pare com a truculência e a gente possa sair desse impasse, porque a greve já está marcada", afirmou Prazeres Júnior. Durante a entrevista coletiva que concedeu, ele e parte dos demitidos seguraram cartazes com os dizeres "Reintegração dos demitidos. Lutar não é crime!" Essa reivindicação passou a ser a pedra de toque da entidade, suplantando os pedidos originais, como reajuste salarial na casa dos dois dígitos e um plano igualitário de divisão dos resultados financeiros da empresa.
"A possibilidade da greve no dia 12 é muito concreta.
TST.
Prazeres Júnior afirmou que recebeu nesta terça a ligação do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Barros Levenhagen, que se mostrou "sensível" à situação dos metroviários. O presidente da entidade também esclareceu que recorrerá das multas impostas pelo TRT à entidade e ao sindicato dos engenheiros do Metrô pelos cinco dias de paralisação, que somariam R$ 900 mil. "É uma multa para fazer o sindicato falir, porque não temos tantas fontes de recursos para pagá-la, já que devolvemos a nossa parte do imposto sindical para os trabalhadores." Nesta terça, o TRT chegou a pedir o bloqueio das contas bancárias do sindicato, para garantir o pagamento das multas.
Um dos pontos que mais revoltavam os sindicalistas era o fato de o próprio presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, ter afirmado, em uma reunião na segunda na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que readmitiria 40 dos funcionários dispensados. O Palácio dos Bandeirantes, logo depois, vetou essa hipótese e o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos confirmou que não voltaria atrás nas dispensas..