A hipótese de a haste ter estourado foi levantada pelos investigadores do 27.º DP (Campo Belo) logo após o acidente, no próprio canteiro de obras. Segundo a polícia, funcionários da obra disseram que o suporte metálico onde o trilho de concreto é encaixado arrebentou após a instalação.
Entre a manhã e a tarde de ontem, engenheiros do consórcio responsável pela obra estiveram no local para fazer uma perícia. Segundo o delegado titular do 27.º DP, Marcos Gomes de Moura, os engenheiros serão chamados a partir da próxima semana para serem ouvidos.
O caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar). Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação sobre o que houve. Para não nos precipitarmos, vamos esperar os laudos, afirmou Moura. Além da haste metálica, os peritos também vão fazer a perícia de outras partes da obra.
Também ontem, fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), do Ministério do Trabalho, estiveram no local. Caso sejam constatadas irregularidades na construção, o órgão pode pedir a interdição da obra. Ainda nesta terça, a Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito para investigar possíveis problemas durante o andamento da obra que possam ter contribuído para a queda do trilho.
Como o canteiro de obras fica do lado do Aeroporto de Congonhas, comerciantes das redondezas chegaram a pensar que a queda do trilho de 90 toneladas fosse um acidente de avião. O estrondo foi enorme e ensurdecedor. O mezanino da minha loja tremeu com o impacto do trilho no asfalto, disse José Cerchiai Junior, de 57 anos, proprietário de um loja de automóveis que fica a poucos metros do local do acidente.
Investigação.
Questionado sobre o possível estouro do suporte metálico, o Metrô informou, em nota, que está cobrando do Consórcio Monotrilho Integração uma rápida apuração das causas do acidente. A empresa disse ainda que acompanha a assistência aos profissionais e às famílias e que está à disposição do Ministério Público para colaborar com a investigação. O consórcio, responsável pelas obras da Linha 17-Ouro, esclarece que a operação de ajuste de vigas já tinha sido repetida mais de 270 vezes sem acidentes. A empresa afirma ainda que está colaborando com as investigações..