No encontro, foi decidido que a proposta patronal seria aceita mesmo antes de ouvir a categoria, em assembleia que estava marcada para terça, às 16 horas. Motoristas e cobradores afirmam que a medida revoltou a categoria. Presente naquele encontro, o atual secretário de Finanças do Sindmotoristas, Edvaldo Santiago da Silva - que já presidiu a entidade -, teria inflamado os profissionais a se rebelarem contra a decisão e o sindicato.
Segundo profissionais ouvidos pela reportagem, Santiago teria ido, às 4h de terça, até a garagem da empresa Santa Brígida, na Vila Jaguara, zona oeste de São Paulo, e mostrado uma foto do encontro, afirmando que o sindicato estava fechando o acordo por conta própria. A informação começou a ser repassada para outros profissionais, até chegar à Viação Sambaíba, a maior da cidade. Procurado, Santiago não quis falar com a reportagem e se limitou a negar que tenha feito isso.
O dia de ontem foi de protestos na frente das cinco garagens de Santa Brígida e Sambaíba. Os gritos de guerra dos trabalhadores não eram contra as empresas, mas contra o sindicato e o presidente da entidade, José Valdevan de Jesus Santos, conhecido como Noventa. "Valdevan pode esperar, a sua hora vai chegar", cantavam nesta quarta-feira.
Copa.
Sindicalistas eram hostilizados.
Valdevan Noventa foi eleito presidente do Sindmotoristas no ano passado, representando vitória da oposição. A entidade tem histórico de brigas pelo poder que já deixou 16 mortos nos últimos 14 anos. Na votação do ano passado, houve um tiroteio e oito ficaram feridos. "Nó elegemos esse pessoal achando que tudo mudaria, que as coisas ficariam mais transparentes e nos deram uma punhalada nas costas. Isso é inadmissível", diz José Gomes, de 41 anos, há oito na empresa Gato Preto, outra que aderiu em massa. "Ninguém arreda o pé até a Copa, vamos mostrar para o sindicato que ninguém é pelego." As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..