Segundo o grupo técnico liderado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), o Cantareira está com 22,2% da capacidade, com o acréscimo de 182,5 bilhões de litros do chamado "volume morto", que começou a ser captado na última quinta-feira, 15.
A distorção dos números ocorre porque a Sabesp não considerou em seus cálculos que o acréscimo do "volume morto" também elevou a capacidade total do sistema de 981,56 bilhões de litros para 1,164 trilhão de litros. Desta forma, para a concessionária, o nível atual de 257,93 bilhões de litros representa 26,3% da capacidade anterior do sistema: 981,56 bilhões de litros.
Para o comitê anticrise, contudo, o índice atual corresponde a 22,2% da nova capacidade do sistema: 1,164 trilhão de litros. Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo grupo, a vazão afluente aos principais reservatórios do Cantareira está em 13,03 mil litros por segundo, o que equivale a 38% da média histórica do mês.
Ao custo de R$ 80 milhões, a captação inédita do "volume morto" teve início na última quinta-feira pela Sabesp nas represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, com a retirada de 105 bilhões de litros. Naquele dia, o sistema estava com apenas 8,2% da capacidade, índice mais baixo de sua história. No próximo mês, a companhia deve concluir as obras para captar a reserva profunda da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista.
Segundo informações fornecidas pela Sabesp ao comitê anticrise, o uso do "volume morto" seria suficiente para abastecer a Grande São Paulo até o fim de novembro. Há duas semanas, o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, garantiu o abastecimento de água na região sem adoção de racionamento generalizado até março de 2015. Na última semana, contudo, um diretor da Sabesp informou que a reserva profunda deve durar até outubro.
O jornal O Estado de S.