Levantamento feito pela reportagem revela que, desde fevereiro, houve pelo menos 20 ataques de traficantes em áreas pacificadas, com quatro PMs mortos e seis baleados.
"Não se faz segurança pública sem a presença das polícias Militar e Civil. É uma utopia achar que a gente vence essa guerra sem fortalecer o policiamento. Hoje nós temos a presença da polícia e vamos agir fortemente com todas nossas forças policiais dentro dessas comunidades pacificadas. Vamos levar a paz a mais territórios", disse Pezão num vídeo publicado em seu perfil no Facebook.
Numa ofensiva para defender seu carro-chefe na área de segurança, o governador anunciou a implantação de uma delegacia da Polícia Civil no Complexo da Maré (zona norte). A região está ocupada há quase um mês por militares do Exército e da Marinha, para futura instalação de UPPs.
Também será criada uma ouvidoria exclusiva para receber denúncias (anônimas ou não) sobre a atuação de PMs em comunidades pacificadas. Haverá um número de telefone, um site e uma unidade móvel, que ficará cada semana em uma favela pacificada.
Segundo o governador, até agosto serão formados 2.400 novos policiais militares. Atualmente o efetivo da corporação é de 47 mil agentes, sendo que 9.500 atuam nas 38 UPPs já em funcionamento.
O governo também pretende continuar enviando chefes do tráfico para penitenciárias federais de segurança máxima fora do Estado, sobretudo aqueles ligados ao Comando Vermelho, facção acusada de comandar a recente onda de ataques a UPPs. Dentro dessa política, a Justiça do Rio autorizou a transferência do traficante Bruno Eduardo Procópio da Silva, o Piná, para um presídio federal. Também serão solicitadas as transferências de Eduardo Fernandes de Oliveira, o 2D, e de Ramires Roberto da Silva. Os três são acusados de comandar ou participar de atos violentos e morte de policiais, como a soldado Alda Rafael Castilho, assassinada em fevereiro. Piná e 2D foram presos no último dia 21 em Búzios, na Região dos Lagos. Já Ramires foi detido no último domingo, no Complexo da Penha (zona norte do Rio).
O pedido de ajuda às Forças Armadas para a ocupação da Maré também se enquadra no contexto, já que a área receberá UPPs até o fim do ano. Com isso, será cumprida a promessa inicial do governo de implantar 40 UPPs até o fim de 2014. A princípio, os militares do Exército e da Marinha atuarão no conjunto de favelas até 31 de julho, depois da Copa do Mundo.