Os cerca de 300 manifestantes estenderam uma faixa com os dizeres "Salvem o Cantareira - Água para Todos". Ambientalistas e políticos se uniram no alerta para o risco de que a região sudeste de São Paulo, uma das que mais crescem no País, tenha seu desenvolvimento econômico afetado pela escassez de água. Alguns grupos levavam cartazes e galões vazios. De mãos dadas, eles deram um abraço simbólico nos pilares da ponte da Rodovia José Augusto Freire (SP-36), cravados na terra seca. A lâmina de água, que no ano passado quase chegava à ponte, agora está recuada à distância de um quilômetro - o nível do maior reservatório do Sistema Cantareira é de apenas 4,1%, enquanto o sistema todo operava nesta sexta-feira com 11,4%.
Durante a manifestação foi aprovado um documento elaborado pelo Consórcio PCJ com 39 reivindicações aos órgãos gestores e autoridades, entre elas as que propõem a decretação de calamidade pública e a redução imediata de 50% no consumo para evitar o uso do volume morto do Sistema Cantareira.
O texto também sugere a limitação na expansão urbana em áreas críticas de abastecimento e pede a liberação de recursos para obras que aumentem a disponibilidade de água nas áreas do PCJ. O documento, já entregue aos deputados que estiveram no evento, será encaminhado na segunda-feira a órgãos gestores do sistema hídrico e aos parlamentos e governos do Estado e da União. O Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que esteve à frente da manifestação, é formado por vereadores de 43 municípios, além de usuários industriais, prefeituras, serviços de saneamento, universidades, sociedade civil organizada, promotoria pública e comunidade..