São esperados 50 mil romeiros na cidade de 15.997 habitantes. Paulino caminha na companhia de outros 11 peregrinos que se revezam para levar três grandes cruzes. Conforme a tradição, é permitido instalar rodinhas na base da cruz para evitar o contato com o solo. O caminhoneiro Alex Aparecido de Moraes, de 24 anos, saiu de Conchas e, ao chegar a Pirapora, terá percorrido 140 km em uma semana para levar a cruz de 12 metros. Dezenas de pessoas gravaram seus nomes na madeira. "Levo também as intenções de amigos e parentes que não puderam vir", diz. O pedreiro Robson Douglas dos Santos, de 39 anos, caminha com a filha Stefan, de 19.
Os romeiros se organizam em grupos, sempre acompanhados por um veículo de apoio no qual são levadas as barracas, roupas, utensílios de cozinha, água e alimentação. Ao longo do percurso, que inclui a rodovia SP-312, conhecida como "Estrada dos Romeiros", recebem ajuda de moradores e têm locais certos para improvisar o acampamento. Cidades como Itupeva criaram associações de romeiros. Em São Roque, a romaria é realizada há 61 anos de forma ininterrupta. A tradição tem quase três séculos e começou após ter sido encontrada, em 1725, uma imagem do Senhor Bom Jesus nas águas do Rio Tietê. Por ser de madeira e ter escapado de um incêndio, a imagem passou a ser considerada milagrosa.
Turismo.
De acordo com o Ministério do Turismo, Pirapora do Bom Jesus é o segundo principal destino de peregrinos no Estado de São Paulo, atrás apenas de Aparecida, no Vale do Paraíba. Na Semana Santa, as celebrações de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais, também atraem milhares de turistas. Na cidade de Goiás (GO), é conhecida a tradicional Procissão do Fogaréu à meia-noite da quinta-feira. No Nordeste, o destaque é a celebração da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, distrito de Fazenda Nova (PE). O turismo religioso movimenta 15 milhões de brasileiros por ano, segundo o Ministério..