Em nota conjunta divulgada ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, a bacia do PCJ terá direito até no máximo 3 mil litros por segundo e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pode retirar até 24,8 mil litros por segundo. A proposta da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH), do Comitê PCJ, seria encaminhada para a ANA e para o DAEE. Mas os órgãos, antes mesmo de analisar o pedido, divulgou o documento que estipulou os limites mínimos para garantia do abastecimento urbano das duas usuárias do Cantareira.
No encontro, o Consórcio PCJ, que faz parte do comitê, propôs metas de redução do consumo de água para as cidades do interior e da Grande São Paulo, como forma de poupar o Cantareira para garantir água durante a época de estiagem, que se inicia na segunda quinzena de abril. Cálculos do órgão apresentados na reunião de ontem sustentam que se a Grande São Paulo conseguir reduzir em 50% o consumo durante a estiagem, o Cantareira pode ser preservado para garantir água durante o resto do ano. Segundo os cálculos, a Sabesp necessita de 33 mil litros por segundo do Cantareira, equivalente a 50% da necessidade total da Grande São Paulo que é de aproximadamente 70 mil litros por segundo.
Para o órgão, se as metas de redução de consumo fossem atingidas com mais campanhas de conscientização e redução de desperdício, somada às chuvas previstas, será possível iniciar a "recuperação do Sistema Cantareira, retardando a utilização do volume morto". "Todas as medidas preventivas devem ser utilizadas para que exista um mínimo de segurança e reservas em situações de extrema calamidade", informou o consórcio, em nota. Durante o encontro, o secretário-executivo dos Comitês PCJ, Luiz Roberto Moretti, informou que simulações para a estiagem em 2014 apontam que as precipitações podem ficar até 30% da média histórica, reforçando a necessidade de uso racional da água tanto pela Sabesp como pelas cidades do PCJ neste ano. Tanto a ANA como o DAEE tomaram a decisão sobre os limites de água para uso do Cantareira em abril conforme orientação do comitê anticrise criado para gerenciar o sistema nesse período.
Chuvas.
O coordenador de projetos do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, citou que além da seca atípica desse verão, o comportamento dos reservatórios do Cantareira tem dificultado a compreensão do problema. Segundo ele, apesar das chuvas registradas em março terem ficado dentro da média histórica, a redução da quantidade de água que entra dos rios nas represas foi mantida..