A testemunha afirmou que havia sinais de que os detentos foram alvejados por rajadas de metralhadora, que foram posicionadas para dentro das celas. "Isso se deve à grande quantidade de disparos e à distância constante entre um tiro e outro", disse Negrini.
Além disso, de acordo com o perito, as marcas na parede estavam aglutinadas e tinham resquícios de cobre, compatíveis com projéteis de metralhadoras. Segundo a testemunha, as marcas de tiros dentro das celas mostram que houve disparos contra os presos. "Podemos supor com uma segurança muito grande que esses buracos que aparecem dentro das celas eram dos tiros que acertaram as vítimas", disse. A acusação tentou desqualificar a perícia questionando se Negrini havia documentado todo o encaminhamento do material recolhido para análise.
Defesa.
Como testemunhas de defesa, foram ouvidos o juiz corregedor dos presídios da capital na época do crime, Fernando Torres, e o agente penitenciário Maldinei de Jesus. Torres afirmou que uma sindicância constatou que a entrada da PM era necessária, mas "houve excessos". A outra testemunha disse que os presos mais perigosos ficavam em outras áreas do Carandiru - não no local onde ocorreram as mortes.
Julgamento.
A quarta etapa do julgamento do massacre do Carandiru começou na manhã desta segunda-feira, 17. A etapa anterior havia sido interrompida quando o advogado dos policiais envolvidos no caso, Celso Vendramini, se ausentou do júri..