O cheiro de mato remete ao interior e até a temperatura é mais agradável no alto do terreno inclinado. A família mora na propriedade há cerca de seis anos e escolheu preservar o espaço que, em sua maior parte, é de grama, mas tem também um bosque. Você pode perceber que o ar é mais puro aqui. Penso até em construir uma outra casa ao lado, mas só nesse espaço que já não tem vegetação, diz o biólogo.
Segundo Lima, as frutas plantadas no entorno da casa são para consumo da própria família e os animais estão ali para equilibrar o ambiente. No pequeno lago, há tilápias e carás, mas a pesca é só por diversão e entre os pés de açaí, três coelhos bem peludos andam livremente ao lado de um grupo de perus.
A família tem uma loja de material de construção e uma outra de ração para animais na beira da estrada e é delas que tira o sustento. De acordo com Lima, caso houvesse ajuda do Município para quem mantivesse o ambiente preservado, eles investiriam na manutenção da propriedade.
A alguns minutos dali, a analista ambiental, Suzana Ouro, de 28 anos, tem um sítio de 12 hectares, dos quais pelo menos 10 são de mata nativa. A vegetação predominante é o ipê, mas também tem araucária e outras árvores. Segundo Suzana, não são raras as visitas de bugios (espécie de macaco), capivaras e garças. O local é alugado para eventos como casamentos e confraternizações e o público-alvo é justamente quem valoriza espaços com bastante verde.
Para ela, que trabalha com o meio ambiente, o incentivo por parte da Prefeitura não necessariamente precisaria ser uma espécie de remuneração. Poderia ser, por exemplo, a isenção ou diminuição de alguns impostos ou até ajudar na aquisição de mudas de espécies nativas.
Entretanto, Suzana afirma que o que precisa mudar é a educação ambiental. Precisamos de mais educação ambiental e mais incentivo e propagandas para a conscientização da população. Muita gente sabe o que deve fazer, mas ainda acredita que não faz diferença. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..